terça-feira, 31 de agosto de 2010
SÔNIA
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domingo, 29 de agosto de 2010
FRENTE & VERSO e BAFEJAR DE DEUSES
FRENTE & VERSO
No verso, toda folha tem ranhuras
São teias com inscrições obscuras
E veias de um amarelo insondável
Que, também, faz-se inquebrantável
Elo.si.dando aquilo que procuras
No seio, doutro seio, quer amável
Se quer dá-se além palavras duras
As que caídas em papel palpável
E atordoa outros papéis encena
A todos marca o mesmo triste emblema
Que amarela ou amarele, tudo quebra
E não se pode bem fugir a esta regra
Que amar.é.lá[r], pois aqui é só blasfema
Que, do outro mundo, a.mor te acena
Francisco de Sousa Vieira Filho
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BAFEJAR DE DEUSES
À boca tua que ao mundo beija
Que outro sabor deveria afeiçoar-te
Senão o que mais tempo passa aí?!
O doce da hortelã que ela bafeja
Só, em fugaz instante, vem felicitar-te
Sonhos dum mundo distante daqui
Francisco de Sousa Vieira Filho
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PORQUE BELO [E JULGO ATÉ MELHOR QUE O MEU], TOMEI A LIBERDADE DE PÔR AQUI, LADEANDO A ESTES, A RESPOSTA POÉTICA CARINHOSAMENTE FEITA AO SONETO FRENTE & VERSO PELA POETISA ADRIANA ARAÚJO DO POLENRADIOATIVO. ESPERO QUE APRECIEM:
Aquilo que na folha já nasce enraizado
Enquanto amarela, difícil é que pereça
Nas ranhuras, que aparece derramado
Ensina, de risco, manter distância ilesa.
Atento, há de ver em papel manchado
Triste alimento que lhe corre nas veias
Amarelo esquecido de um tempo gasto
Compulsão perdida contra sorte alheia.
Diverso seria escolher outra passagem
Quer amarele o inverso posto, medeia
Quando amor te calcina a vã miragem,
Em desamparo, na busca do que seiva
Amarelado cobertor d’uma escrita torta
No seio, a solidão do verso que mereça.
FOTO: Francisco de Sousa Vieira Filho
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quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Ú.TER.Ú & ETC...
PERSCRUTAR TEU Ú.TER.Ú
Ao se ler e se admirar quem escreve, se quer, sempre, antever o quanto da alma dele está impressa na escrita, o quanto ele se permitiu aprofundar de si ali, o quanto se perdeu nos meandros dos grafismos no papel. No quimérico mistério, se quer saber o quanto és.finge-dor e quanto dói na esfinge o seu mistério. e quanto mais bela é a escrita, quanto mais profunda e tocante, quanto mais se revela artística e mágica, quanto mais nos toca, maior o desejo de sondar a alma por trás do escrito. Principia-se em pesquisa biográfica e termina com o querer conhecer seus amores e dores, ler as cartas menos artísticas e mais pessoais por ele enviadas, e até a.fagos.citar cada uma de suas menores lembranças como se frases de efeito e balizas do viver. Passa-se a amar cada vez mais a alma do escritor que seu escrito... É que se quer saber, em verdade, quanto há dele no branco entre as linhas, no vão entre as letras, na aspereza impessoal do papel impresso, despido das marcas da passagem de suas mãos, sem a pressão exercida ao grafar cada letra. E se desejaria encontrá-lo ainda no rodapé das páginas à espera de rabiscos e notas que se.quer possam suprir o vácuo sentido...
Francisco de Sousa Vieira Filho
AO EM.BEL.LESAR
Francisco de Sousa Vieira Filho
A.COSTA.O.MAR
Francisco de Sousa Vieira Filho
PRA.LAVRAR VÃO
FOTO: suren manvelyan -> http://www.behance.net/paronsuren/Frame/428809
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terça-feira, 24 de agosto de 2010
DEPRESSÃO
DEPRESSÃO
Às ocultas, sempre, eu perquiria
Nos refolhos de minha tenra idade
O reflexo que em mim luzia
Da Justiça, do Amor e da Verdade
E bem mais durado isto teria
Se, do dia, a outra face, da maldade
Não me engolfasse, na caducidade,
A mais terna luz que mal nascia
Que essa pálida semente padecia
De sua gêmea-irmã, fatalidade
Que, na sombra-estiolada, urdia
Tola idéia de que se és.vazia
Toda a vida desde aquela idade
Que me toca e enoita até o diaFrancisco de Sousa Vieira Filho
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domingo, 15 de agosto de 2010
DIZ.AÇO.CEGADA LÂMINA
DIZ.AÇO.CEGADA LÂMINA
Ré-num-se-é-ação
Por isso sigo
A remo.dela.ar-te
Praia.e.mar-te
A.fazer in corpore sano
Com.petição de princípio
Se ré.moda - lá
A.cor.des-te o silêncio
A ti dei.ficar,
E se te avô-lume tanto
Há paz e filhos, evoé!
Tu, foi-se cortante,
Diz.aço.cegada lâmina
Pa.lavras até agir-las
A moldá-las
Como bem se queira
Comendo-as, farto
Veia cava a via
Em que se em.tesoura
E dê.seja.arte És-calar
Nas saliências e curvas
De teu corpo
E com a boca cheia
Livre.é.tua.são
Em.sanos gestos
E se ao dê.com.pôr
Cada nota su.ave
Te em.lace em.galho.lá[r]
Ver.gastasse-me alma
Que é de falt.ar
Que somos feitos,
Sempre nus, falta
Algo a que quereremos
Francisco de Sousa Vieira Filho
ARTE: Luiz Royo
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segunda-feira, 9 de agosto de 2010
AH, PRÉ-CIAR
AH, PRÉ-CIAR
Nesta amar-ação
A-prece-ando-te
Não com-medido
Que se a prece há
Diz-medido sigo
Divagando ao sol
Te a-preço o passo
Ao não-ser do dia
Que n[esse paço]
Teu átrio dá vida
E como a pré-cio
E te rasgo a redes
À cost[a] ur[r]ar-te
Para amor[tecer]
Teu diz-com-ser-tu
Te seio com fome
Minha ando rinha
E falta-AR-TE-ei
A fart-ar jorra-ar
Jorra.nada depois ía
A-com-praz.o-ermo
Se te en-lutas vãs
Te perturba-ar-dor
Te perturba-ar-dor
Diz-prezo os lutos
Que su por-to amar
Éu.mastro-u[n].ave Francisco de Sousa Vieira Filho
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domingo, 8 de agosto de 2010
ANDAIME
ANDAIME
Não é a poesia que precisa do mundo,
o mundo é que precisa depois ía,
justo porque ela imprecisa.
Curta a noite. Que tão-logo passe. De flor ar teu caminho. A-risco feito coisa-feita. Sem amar-às uma – diz-[carta às] na manga. E à dor hei de sem ti, [bem sei me]. Se ainda de moro-te. E me parece viva. Quase se movente. Deste-erro se aprende. Como de todos mais. E no prato mais fundo. A-larga margem de erro, se faz de muito rio da vida... Amasse o erro como, sábio, ama[ssa] o pai ao ver, nu cair do filho, o aprendizado de andar... Se me des-pido é que te peço compre e são. E, na trilha deste andaime, sigamos, pois; que divagar com a dor [e com anda-e-ame] face bem; se faz que passe logo... A no[i]te tudo ao fim. Ía-té, mais ti[arde]... Vou! Ir-rei és quer ser se nus me uso erros crê só.
Francisco de Sousa Vieira Filho
FOTO: http://ffffound.com/image/51d8605a93847465949b387966d502d865631f4a?c=4705051
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