The Lair of Seth-Hades: 02/10/10
Arte: Meats Meier - http://beinart.org/artists/meats-meier/gallery/meats-meier-2.jpg

Presente do amigo Zorbba Baependi Igreja - artista plástico, poeta e um dos idealizadores da Revista Trimera de Letras e do Projeto Academia Onírica [poesia tarja preta].

LIRA ANTIGA BARDO TRISTE & LIRA NOVA BARDO TARDO

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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Parâmetro Ético



Parâmetro Ético

(Mais um ao velho estilo auto-ajuda... pra não perder a cava inferior da inspiração...)

Outro dia, li uma frase de Lao Tsé que me chamou muito a atenção: "Para alcançar conhecimento, adicione coisas todo dia. Para alcançar sabedoria, elimine coisas todo dia." Conhecimento seria, pois, um adicionar de informações novas. Sabedoria, por sua vez, seria um livrar-se de vícios antigos. E neste diapasão, buscamos compreender o que é certo e o que é errado, o que é moralmente correto e o que não é, o que é vício e o que é virtude.

Ora, em linhas gerais, poderíamos dizer que Ética seja a Ciência da Moral. Mas isto não responde a questão apenas a transfere. Não sabendo o que é Ética, dizemos que é a Ciência que estuda a Moral, a qual também é coisa que não sabemos. Usamos o mesmo termo para representar diversas idéias. Dizemos: "fulano tem moral", quando alguém se faz prevalecer diante dos outros. Ou dizemos "beltrano é imoral", quando outro alguém atenta ao pudor e aos bons costumes, condutas exigíveis no seio da sociedade, sendo que - pode muito bem ser - que outros, mais pudicos e puritanos, coisas piores façam no reduto de seus lares, contudo, não seriam taxados de imorais como o nosso beltrano, que o fez em público. Lembro-me de uma passagem da bíblia em que Jesus criticava os fariseus e os hipócritas que eram como "sepulcros caiados", belos túmulos que hoje em dia seriam adornados de mármore com letras douradas, belos por fora, "mas com toda a sorte de podridão e carniça por dentro." A moral defendida por Jesus não era a moral da conveniência, a moral social, ou a moral do momento, mas parecia estabelecer um parâmetro mais sólido para o conceito, algo que poderíamos chamar A MORAL! Há um sentido peculiar nisso. Se Ética se pressupõe seja a ciência que estuda a moral em suas mais diversas dimensões, que o faça também em relação àquela dimensão plena, que eventualmente abrace todos os casos possíveis e imagináveis. Uma MORAL ABSOLUTA?! (Divina?!) Certamente.

Ao que parece a verdadeira moral e portanto a verdadeira ética que sobre ela se debruça e se propõe estudar, é aquela que pressupõe além da casca exterior, além do mero agir externo, além da prática exterior, a mudança interior, o progredir intimamente. E isto se aplica em todas as áreas. Não há isso de "em casa assim, no trabalho assado". Podemos usar máscaras e querermos enganar o mundo exterior nos fingindo sermos de tal ou qual modo, mas nunca conseguiremos fugir do julgamento inexorável que vem de dentro, de nós mesmos, de nossa consciência: eis o que penso seja a moral verdadeira, e portanto, aquela a que a Ética deva estudar.

Baseado em tudo aquilo que discutimos acima sobre o que seria Ética, temos que falta de ética seria enganar-se - o auto-engano, para usar o termo de Eduardo Giannetti. Seria falta de ética toda e qualquer conduta no sentido de fingir ser quem não se é, usar máscaras ao invés de mostrar o real, claro e límpido. Exercício diário, sobremaneira difícil, é fato. Mas passível de ser aplicado em toda e qualquer profissão. Há que se compreender que, no trato com o ser humano, é mais cativante o que é verdadeiro, o que é transparente, não que isso não vá gerar inveja, perseguições, inimizades. Cristo mesmo não foi perseguido justo por isto?! Pois então?! Que queremos nós, pequeninos, senão tomando nossa enxada em mãos e titubeando em seguir - vacilantes - os seus passos, senão que nos persigam também, guardadas as devidas proporções?! Se semelhante atrai semelhante, sendo éticos (no real e mais preciso sentido da palavra) reuniremos ao nosso redor pessoas que ousaram deixar cair as máscaras, assumir seus vícios, e que lutaram por se tornarem melhores. Já vimos que conhecimento seria um adicionar de informações novas, ao passo que sabedoria seria um livrar-se de vícios antigos. Então aí está o ponto. Falta de ética é não lutar contra os vícios e conformar-se com as máscaras. Ousadia?! Loucura?! Jesus, Gandhi, Madre Teresa, entre outros mais, assim também foram chamados. E tanto perdure a real loucura do mundo, muitos mais que larguem as máscaras de dor do passado serão chamados demasiado ousado e loucos de todo o gênero. Assim foi um Gandhi, assim um Buda, assim um Krisna, assim um Jesus... Como falei, somos pequeninos, e - alguém pensaria - quem somos nós para nos queremos assemelhar a Jesus... porém, ele mesmo nos mandou sequer mirarmos nele, mas no Pai que está nos Céus... "Por que me chamais bom se um só Bom há que é o Pai que está nos céus?!" (...) "Sede perfeitos como o Pai". Assim, se queremos progredir um pouquinho que seja, miremos no mais alto ponto: miremos no céu! Trazendo isto, para o nosso cotidiano, se se quer ser melhor no que se faz, espelhemos os melhores profissionais de nossa área, doutro modo, mirando baixo, sequer subiremos o mínimo degrau que imaginamos galgar. Assim, falta de ética é não ousar lutar pela perfeição interior, que fatalmente modifica o exterior. Já diriam as Escrituras: "a salvação não vem pelas obras para que ninguém se vanglorie" mas "a fé sem obras é morta".

Francisco de Sousa Vieira Filho