As criaturas e por tal sutileza
sábado, 27 de fevereiro de 2010
PÃO
PÃO
Como que criado em suplício
Dor e vazio se lhe consomem
Luta severa e sem armistício
De cujo saciar não há indício
O que se denomina o homem
É o que se o define de início
E arde em ânsia e em desejo
Por tudo o quanto lhe rodeie
E de paz em si não há ensejo
Nem bálsamo que a isto freie
No que é mais seu, a natureza,
Sem que se possa dizer ilidem
A porção de sua torpe baixeza
Ao Ente que lhe cedeu beleza
Marcou para que a si lapidem
As criaturas e por tal sutileza
As criaturas e por tal sutileza
É como segue o ente humano
Que tudo quer e a tudo busca
Na proporção de um oceano
Francisco de Sousa Vieira Filho
FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p. 25.
Marcadores:
filosófico,
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