sábado, 31 de julho de 2010
DULCE & DULCÍSSIMA
DULCE
Que vibra, acontece e transita na alma de menina, ao descobrir que, ao mais simples olhar que lhe fita, ela hipnotiza e fascina? Se tal coisa seja maldição ou sina, qual mistério a se antever no ar, fez-se a alma de menina, uma alma de mulher pra amar. E se conscientiza de um dom que é seu. Que é de controle, mais que posse – mando e domínio. Que faz servil, e de bom grado, não se oferece resistência. E nem lhe importa bem seja lá um poder seu. Ou se fraqueza do olhar que ela venceu.
Francisco de Sousa Vieira Filho
DULCÍSSIMA
Que transita na alma feminina,
Se descobre, ao mais simples olhar
Que lhe fita, hipnotiza e fascina...
Faz o coração renitente falhar
Se tal coisa é maldição ou sina
Qual o mistério a se antever no ar
Que se fora uma alma de menina
Torna-se alma de mulher, pra amar
E nem cuida seja tão um poder seu
Ou se fraco o olhar que ela venceu
Desabrocha já ciente de seu dom
Que se faz mestra ao dançar ao som
E que palpita, é nosso, teu e meu
A dizer que essa menina já cresceu
Francisco de Sousa Vieira Filho
FOTO: http://ffffound.com/image/f2a38823fb4b5c2a0ddf18011478f334306070fc?c=5508186
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prosa poética,
soneto
quinta-feira, 22 de julho de 2010
[SEM TI] AQUI & SIM, TU
[SEM TI] AQUI
Saudade de não sei quem
Vontade de não sei quê
Que arde eu não sei onde...
Saudade é [uma idade]
Que [é feito] borboleta
Ao sol se [rema é dia]
A lua pinga gotas
Colírio para [ar]dores
A alma se sacia
E segue um novo dia
Qu[eu] sol faz esquecer
Saudade de você
Francisco de Sousa Vieira Filho
SIM, TU
[Sem ti] aqui
Em tarde ser
Que ela foice
Amanhã sendo
A-fagos[cito]
Que, ah, [sim, tu]
Francisco de Sousa Vieira Filho
ARTE: http://yayeveryday.com/post/983
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amor,
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segunda-feira, 19 de julho de 2010
ÍSIS
ÍSIS
Mais oculto está o que se mostra
Frente a todos mais se encortina
O que ante o palco-sol se prostra
Que somente o mais arguto atina
Seja a cosa que tomemos nostra
Ou se outra que qual dançarina
Cega olhos à mais fina amostra
Qual cigana em dança felina
Melhor nos sirva esta neblina
Que, no escuro do mar, a ostra
Que ao entesourar logo malsina
E a sabedoria que se entremostra
Faz-se a pedra de toque, a quina
Que expõe os sete véus à mostraFrancisco de Sousa Vieira Filho
ARTE: http://yayeveryday.com/post/7241.jpg
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filosófico,
soneto
quinta-feira, 15 de julho de 2010
DE CERTA AÇÃO & HATE ME!
DE CERTA AÇÃO
Um dia, tolamente, achei só eu percebesse, à noite, os pensamentos dos que dormem, dormem com eles; ao passo que os meus aí é que acordam. E lhes sobra espaço, bem mais espaço. E, sente em mim, à noite, é que eu desperto. Aí o pensamento é mais agudo e amplo e o olhar mais vasto e pleno naquilo que é capaz de contemplar e o coração mais livre.
Francisco de Sousa Vieira Filho
HATE ME!
Todo xenófobo é incompetente
Teme que por mais que tente
O poder de superação daquele
Que seja mais fraco do que ele
Ainda que em algum instante
Invariavelmente o suplanteFrancisco de Sousa Vieira Filho
ARTE: http://jdillon.net/wat3b.jpg
sexta-feira, 9 de julho de 2010
MAR BRAVIO
MAR BRAVIO
Se te me aconchego
Me ofertasse o rumo
E se a ti me achego
Aprumasse o prumo
Tu, de proa a popa,
Nua, do diabo fosse
Quer me desse sopa
Quer fizesse doce
Desta nau, a quilha
Mais vil armadilha
Que me seja a guia
Que se rema é dia
Rasga mar bravio
Sorve cada sumo
Chama-te o pavio
O controle assumoFOTO: http://yayeveryday.com/post/4624 & http://designyoutrust.com/2009/06/12/in-search-of-earths-core/
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