ARTE: yayeveryday.com-post-2460.jpg
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
MUDO
MUDO
No quarto-mundo, mudo, muda tudo
Silêncio que esquarteja, eu não me iludo,
Cioso a bem querer que a muda nasça
Mudança que não seja só fumaça
Que vingue, planto o plano e esta ânsia
Varrer-me muito mais que a ignorância
Que eu possa libertar-me, ser prisão,
Aquilo que quis feito ao coração
Quartel, broquel, cinzel me seja fel
Grilhão a.quarto.é.lado que foi céu
Tão logo eu me perca na emboscada
A carne me é posta em cantos cada
Que exposta ela me fica na rubrica,
Do que me quis grafar, e.na.morada,
Comer-me, de bocado, em só garfada
Na dor e no clangor de guerra rica
Morder pitacos d’alma é que se quis
Fazer bem mais que outros, foi que fiz
E ousei beber da dor ignorada
Saber que possa ser da alma amada
Ciente, mais que sente, a se perder
Quisera a só do amor eu pertencer
Mas tempo, sei me falta, e já é.terna
A mente é.de.ficar-me esta caverna
Que a.talho eu, pedaço inda menor
E corto carne, sentido e sentimento
A fluidez deste silêncio me é pior
Se não me tira d’alma um só tormento
É que me quer turvar visão refeita
Espelho, olhar esguelho que me espreita,
Mal possa libertar o que mais queira
Sentir que entender só seja à beira
A desaguar, que o silêncio não desfaz
E nem a dor de em.tender que é fugaz
A fluidez que, já sem sopro, eterna fica
E mata a sede mesmo que me seja à bica
E se tal dor, que seja amor, se faça filha
Por mais pequena, de supor, que seja ilha,
Maior a pena é de saber que a de sofrer
Pois que fizera o não-sentir para não-ser
Ah, poesia, caminho em que se trilha,
Em que mais vasto mundo se palmilha
Um tal querer, que tal sentir e não falar?!
Mais vale senso e direção se for a.mar
Francisco de Sousa Vieira Filho
ARTE: yayeveryday.com-post-2460.jpg
Marcadores:
experimental
domingo, 3 de outubro de 2010
TÁ.TU.A.TEI.HÁ.FOGO
TÁ.TU.A.TEI.HÁ.FOGO
A persistir e tanto fiar
Atei.mar ao corpo teu
E ao sentir que sumos
Ondas suaves a[r]ranha
Tece fotos, quadros e tua pele
Em lembrança inamovível
Na trama tecida és.haurida
E a.teia fogo queima
Mesmo à diz.[tu].ânsia...
Que disto.âncio ãn.seio teu
Andar.ilham dedos
A.saltar a geografia tua
A.lasca fria nua
O círculo de fogo
E tanto atei.mar
Entre arquipélagos teus
Que uni.versos
E uni continentes
Donde só.pra ti
Brisa suave
Em.corte.nada
Sem mim és.quer.ser
E é pôr já.nela
Já.nela.ando
Que me perco
Ser.é.nada
Sê.para ti em.sê.já...
Pra ti em.ti.mar
Em.mar.anhada
A.foi.tu?!
És.culpa d’alma
Teus novos horizontes
E se me conte.nua
Boca gêmea geme junto
Ao lado.e.ando-te
Em.balsa.amada
Transe.tando-te
E te tendo
Sem saber se a.clara
Ou se, ah[!], gema...
E eu, aqui, lendo-te,
No braile da alma
Ao tato agem as polpas
Tá.te.ando-te
E tu.pei tu porto
Em que me aconchego
Ancorado à tua tez [ouro]
A.costa.ela minha
Não de A.dão
Os ais que ela dá
Ela ex-ilha e ponte.ilha
E faz um tanto
Que derruba muros
Sim.gelo o coração
Na inicial timidez
De toda vez
Maravilhado ao ter/ler
E cada vez mais
Nas linhas de tuas mãos
Nas de tua face
Tato.ando a pele inteira
A segredar sem degredos
Meus dedos confiam
Sussurros à pele tua
E a prova de que cora.ação
Que te ver.melha de esguelha
Em cada uma de minhas passagens
A.prece.ando-te aqui
A.flor.ando-te ali...
A.prece.ando-te aqui
A.flor.ando-te ali...
De flor ando-te também...
Marcadores:
experimental
Assinar:
Postagens (Atom)