Em seu cálido seio acolhedor
segunda-feira, 1 de março de 2010
ANJO DE MIM
ANJO DE MIM
Quando o anjo cândido se distou de mim
Qual se sua simples ida me houvesse privado
Da própria vida, o frágil coração dilacerado
A dizer-me: tempo faz que ando triste assim...
Sem a doce palavra que minha’alma alimenta
O suave fragor de tão ansiosa tormenta
De envolvê-la, o corpo frágil, em meus abraços
Tão poucas vezes, quão fugazes os percalços
Sem o perfumoso aroma de sua pele nua
Que de cálidos sonhos povoa a alma inculta
Faz sofrer de querê-la e de querê-la inda não posso
Que por mais extenuantes sejam meus esforços
Não consegue mais calar ao peito a dor pungente
Tampouco, subjugar-me a alma inerte e sofredora
Que só peço a Deus que tão logo me socorra
Possa eu provar de novo uma tão desejosa companhia
E acalentar-me em seus alentos, na sequiosa porfia
De pousar a sofrida cabeça uma vez ainda
Em seu cálido seio acolhedor
Em seu cálido seio acolhedor
Francisco de Sousa Vieira Filho.
FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p. 12.
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