sábado, 6 de março de 2010
O SOPRO
O SOPRO
A Gabriel García Márquez
Cem anos eu passara conjurando
Fios, teias, mil lamentos
Arrefecendo o peito e cambiando
A toda sorte de tormentos
E cem outros tantos permutando
O fio frágil de mementos
Qual se o viver fosse enlutando
Em tais vis pensamentos
Quisera então que transmutando
Fosse em esquecimentos
Pudesse a memória ir embotando
Nestes débeis linimentos
Se uma tal dor fosse eu matando
Se com tais procedimentos
E um derradeiro laço seu atando
Ao último dos sofrimentos
Francisco de Sousa Vieira Filho
FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p. 31.
Marcadores:
dedicado,
experimental
Assinar:
Postagens (Atom)