segunda-feira, 8 de março de 2010
EXPERIMENTO
EXPERIMENTO
Amar é qual o mar
Que de tanto se dar
Soa meio egoísta
Por vezes não basta - ah, mar,
Inda que sem fim,
Se tudo nele desemboca.
E bem mais que à boca
Não basta ter...
Quer-se abocanhar,
Possuir, estar...
Se quer mergulhar,
Se quer fagocitar,
E também se quer afago,
Onde não dá pra alcançar
[Um sequer...]
E fugir deste lugar incomunicável
De nós
Encarcerados no eu-só...
[E não-tão-facilmente-desatáveis]
Penso, há de haver sempre solidão,
Enquanto a linguagem
Do corpo, do coração, da alma,
Da boca, da voz e do que seja
Não possibilitar transmitir
O pensamento puro...
Melhor, o sentimento puro,
Puro feeling...
Ah, amar,
Nem tanto ao mar
Mas por que tão terra?
Francisco de Sousa Vieira Filho
Marcadores:
amor,
experimental,
livre
Assinar:
Postagens (Atom)