sábado, 26 de março de 2011
A.TRAVE.SE.ÍA DE MIM
A.TRAVE.SE.ÍA DE MIM
Consultei meu atraso de mim,
Nos ossos,
Nus dias,
A saber bem sou assim,
Exato,
Como me medias;
Se dos medos que, um tanto,
Cultivei, hoje sei,
Que um dia hei...
Fez-se, em mim, esta lição:
De que desperto, vivo,
Nas lutas de que são feitos
Os dias
E inda mais vivo
Torno
Estou sempre noutra margem
À margear o que sou
- Inatingível -
Distante
De mim,
De tudo,
E do mundo;
Fitando - crédulo –
O triste rio
Em que me rio de mim...
Infindo rio,
Que ninguém ousa
Atravessar...
Pois que é trave e entrave
No olho do outro
O cisco no seu.
Francisco de Sousa Vieira Filho
FOTO: http://yayeveryday.com/post/9676.jpg
Marcadores:
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