Francisco de Sousa Vieira Filho
segunda-feira, 11 de abril de 2011
AH, CABE... & SOMENTE
AH, CABE...
Ao cabê-lo
Branco,
Cabedal
De estilos
Destilar
Possibilita
Notas novas
Novos tons
E zona gris,
Se não caiba
A cá, bê,
É ‘a’ inda assim
E ao acabar
Ou ar couber
Com os ‘pelos’
Incabíveis,
E a fazer
Algo inda mais vário
Dos caminhos
Todos
Pelos quais
Possíveis,
À cabê-los
Brancos,
Onde não
Caiba
Mais nenhum
Cabimento
Francisco de Sousa Vieira Filho
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SOMENTE
Somente ela,
Quarto escuro,
Me aquartela;
Ela, meu apuro,
Ela, quarto escuro,
Em que o sol não lida
A só lidar a solidão [nela]
Ela, que é só muro,
Ela, quarto escuro,
Sem janela ou luz de vela
Cadafalso da verdade
Mais verdadeira
E por mais queira
Não há brecha e nem vinco
Mesmo tente com afinco
Nela pode penetrar
Me faltasse o ar
Mas o outro falta
Grave
E agrava;
Memoriza, mas não geme
Não se pode suprir e nem tocar
Neste vazio em que se anseia
É prisão da mais fina teia
Na tecida sem volta e sem retorno,
Que em seu indefectível adorno
Ela é só muro
Ela, meu apuro,
Ela é quarto escuro
Que se há dentre
Haja vários
Este é meu
Este sou
Mas ninguém entra ou sai
- Não se pode penetrar –
Pois somente
Neste cubo caiba [um só]
Bem importa saiba
Solidão é bem maior
Do que se supõe
É verdade que se impõe
Desvarios de saber
Que haja sós
Isolados
Ladeados
A fazerem vibrar na caixa acústica
Numa tentativa rústica [de romper]
Embora pouca nota digam
[Ou pouco possam dizer]
Ao resvalar na superfície uma doutra,
No que, a despeito de tudo, suplicam
[Sem saber]
Que mentira, é fato,
Mas nada entra;
Pois somente, só...
- Nada pode penetrar –
Somente, só,
Somente...Francisco de Sousa Vieira Filho
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