segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
DÊ.DE.ILHAR
DÊ.DE.ILHAR
Dedos são brinquedos
Quedos ou movendo
Leem-te os segredos
Todos os teus medos
Ledos vão morrendo
Morre-se em degredos
No tredo não se fica
Carícias mais suplica
A implorar sem freios
O bem que seios todos
Seguir que sem engodos
Desfazem-te os receios
Se te entremeio os meios
Francisco de Sousa Vieira Filho
Marcadores:
experimental
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
A.PRECE.EM.TI
A.PRECE.EM.TI
Água.ar.dar
Que é ardente
A oferenda farta,
Que sem.ti vem.tu
Eriçando pêlos
Cantos e os da grama;
Qual pressentimento
A pressentir tormento;
E é vertigem que verte
Insertas incertezas;
Um palimpsesto a pretexto
De turvar o contexto
De que possa haver
Algo
Pra lá de além
Daquilo que nos [com]vêm,
Sem nem mesmo ver/ter,
Quando tudo então
Nus, falta...
Quando a vista embaça
E o que quer se faça
Não parece palatável
Nem o carinho afável,
Em meio aos destroços,
Ao quebrantar de ossos,
Em que bailam loucas
Estas sombras poucas,
Que, com vozes de veludo,
Seguem roucas,
Engolfando tudo.
E mesmo que a si neguem,
Nesta imensidão,
Que é de pôr só;
Seja de [pôr são];
A depor aqui;
Se dê, por inteiro,
Ao pote, sede
Indecifrável,
Tu
Francisco de Sousa Vieira Filho
FOTO: minha [ponre estaiada - Teresina - PI]
Marcadores:
experimental,
filosófico
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
SÓ.FIZ.MÁ COISA
SÓ.FIZ.MÁ COISA
[...]
- Ah, tô tentando equilibrar meus sentimentos, por isso não posso ter envolvimentos... ainda mais sabendo que não vão ter durabilidade... hoje em dia quase nunca têm, né?!... A gente aprende, sabe... você sabe, acaba sabendo, o que vai ter durabilidade, o que não vai ter...
- Mas nada dura pra sempre.
- É... eu sei disso, mas outras coisas duram menos ainda... elas podem até não durar ,mas o impacto que elas podem causar pode... durar...
- Por vezes, as coisas que menos duram conservam o sabor doce da primeira prova, ao passo que algumas que se prova por muito tempo, ficam amargas... é como o chiclete... quando se masca por muito tempo, perde o açúcar.
- Mas a vida não é só de doces sabores [...]
- Mas são os melhores, há de convir... e são eles que levamos na lembrança... os mais doces, os mais suaves... as coisas ruins quem quer lembrar?!
- Ninguém, claro, mas não estamos no paraíso, meu caro... e as ruins servem pra alguma coisa [...]
- Sim, servem... pra aprendermos o gosto do doce em oposição ao amargo e buscarmos o doce.
- ahh, isso sim.
Francisco de Sousa Vieira Filho
FOTO: minha [hotel metropolitan - Teresina - PI]
Marcadores:
prosa poética
Assinar:
Postagens (Atom)