The Lair of Seth-Hades: 04/15/08
Arte: Meats Meier - http://beinart.org/artists/meats-meier/gallery/meats-meier-2.jpg

Presente do amigo Zorbba Baependi Igreja - artista plástico, poeta e um dos idealizadores da Revista Trimera de Letras e do Projeto Academia Onírica [poesia tarja preta].

LIRA ANTIGA BARDO TRISTE & LIRA NOVA BARDO TARDO

Galera, estou pondo uma conta PagSeguro à disposição, para quem [assumindo o risco por sua própria alma] tenha interesse em adquirir um de meus livros [Lira Antiga Bardo Triste ou Lira Nova Bardo Tardo]. O custo de cada exemplar é de R$ 10,00 + R$ 5,00 de frete. Valeu! :D

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Pag Seguro - compra dos livros

Carrinho de Compras

terça-feira, 15 de abril de 2008

SOBRE TENDENCIOSIDADE

SOBRE TENDENCIOSIDADE
Quanto a este ponto, antes mesmo de explanar coisa qualquer, eu pergunto: quantos livros, revistas, artigos de jornal, opiniões e teorias vocês já leram em que o objetivo não tenha sido convencer daquilo que ali se professava?! - NENHUM! - Quantas leituras já encontraram na vida que não precisassem passar pelo crivo de sua crítica pessoal, sob o risco de engolir equívocos e meias-verdades como se de algo de senso se tratasse?! - NENHUMA! - Quantas obras tiveram acesso a que se vissem obrigados, pela força da evidência, a aceitar e abraçar como verdade inconteste tudo o que nelas continha?! - NENHUMA! - Ou será que não houve porção de TODAS AS QUE JÁ LERAM NA VIDA INTEIRA que julgassem pouco atinente ao senso ou que não parecesse a vocês de total solidez a ponto de abraçarem-na na íntegra?! – eu respondo: TODAS!
Difícil é haver concordância plena entre as idéias de dois seres humanos, que se dirá de não primarem pelo convencimento um do outro, quanto àquilo que sinceramente cada um julga estar certo.
Certa vez, encontrei com um amigo muito religioso (no sentido institucional do termo, de abraçar a uma religião institucionalizada e de forma total), o qual, percebendo "os rumos que andei tomando", tentava "conseguir-me a salvação". No começo fiquei irado. Discutimos muito. Mas o que pude perceber pouco depois, à medida que a conversa prosseguia, foi que aquilo era motivado por um desejo sincero de, segundo a sua visão e perspectiva, querer o bem de um amigo, de alguém a quem prezava e a quem queria o melhor – ainda que o melhor segundo sua concepção de melhor.
O que pergunto de verdade (sim, porque às demais perguntas acima pus respostas prontas talvez para atiçar) é o seguinte:
É POSSÍVEL ENCONTRAR SINCERIDADE E DESPRENDIMENTO NUM LIVRO, NUMA OBRA QUALQUER, NUM ARTIGO (AINDA QUE CIENTÍFICO), NUM DIÁLOGO ENTRE DUAS PESSOAS, OU HÁ SEMPRE NISSO UMA TENTATIVA DE CONVENCIMENTO VELADA - AINDA QUE (POR VEZES) MOVIDA PELO SINCERO DESEJO DE DESPERTAR O OUTRO PARA UMA VISÃO QUE JULGA BOA, PROMISSORA, MAIS AMPLA, MAIS ABERTA, MELHOR – MESMO QUE SEGUNDO O JULGAMENTO DE QUEM A FAÇA? E AINDA SE – NESTE CONTEXTO – PODEMOS CONDENAR LIVRO, OBRA OU AMIGO QUE NOS QUEIRA CONVENCER, QUANDO DAQUILO QUE NOS QUER CONVENCER É – SEGUNDO VEJA – PARA O NOSSO BEM?
Como diria um amigo meu, os livros de matemática são os mais tendenciosos do mundo, a simples discordância já faz pressupor daquele que discorda – de antemão – esteja errado, equivocado.
Pensemos.
FRANCISCO DE SOUSA VIEIRA FILHO [1]



[1] Francisco de Sousa Vieira Filho é advogado em Teresina-PI, militando principalmente na área trabalhista, professor de Filosofia Jurídica e Criminologia (FAESF – Floriano-PI), especialista em Direito Constitucional e mestrando em Direito pela Universidade Autônoma de Lisboa – UAL.
Também disponível em:
http://www.portalodia.com/jornal/pages/pdf_26-12-2007_6
_20071225193526.pdf

P.S.: esta também não deixa de ser uma proposta tendenciosa; aquele que administra este blog, ao postar textos em sentidos tais ou quais, indubitavelmente também espera algo de você... Então cuidado:
ora et lavore...

O MISTÉRIO DA VIDA

O MISTÉRIO DA VIDA
O que é vida para que julguemos 'quando ela inicie' (fecundação, nidação, etc.), como acabe (experiências de quase-morte, ressuscitamento, reanimação), se é que temos elementos para dizer que realmente acaba?!
Uma proposição expressa por Lavoisier, assim nos exorta: “na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”
É algo para pensarmos mais detidamente.
Ainda hoje a nossa Ciência reluta entre admitir ou não a “vida” de um simples vírus, ora por não ter autonomia reprodutiva independente do ser ‘de que seja hóspede’, ora por não possuir – via de regra – mais que uma simples cadeia de RNA, entre outras justificativas mais neste sentido. E tal entendimento tende a persistir, muito embora este simplório ser, supostamente ‘não vivo’, seja extremamente eficaz em destruir a complexidade da vida que rema contra a maré entrópica, a fazer com que tudo descambe de um estado de maior complexidade para um de menor complexidade, o que nos faz parecer seja a fronteira que prediz um determinado nível de complexidade como sendo vida (como soubéssemos, com precisão, catalogá-lo como tal), nada mais seja que um simples rótulo e não um conhecimento preciso da realidade.
Não poucos são os debates de cunho científico, moral, religioso e político que tentam perscrutar o início da vida em questões como o aborto. E tal estado de coisas tende a continuar inconcluso, diante dos nossos conhecimentos de até então.
E a despeito de que sequer saibamos o que seja a vida, julgamos não havê-la em outros orbes de nosso sistema solar ou quaisquer outros em meio à vastidão do cosmos infinito, simplesmente, por não terem condições semelhantes às de nosso planeta (por não ser vida similar àquela em que encontramos em nossa Terra). Ou por — mesmo usando poderosas lentes — nada conseguirmos ver. Acaso a vida se resume e se faz afeita tão-somente àquilo que podemos ver?! Assim temos sido forçados a pensar ou nos tem parecido mais conveniente. Mesmo os poderosos equipamentos e recursos que captam diversos espectros visuais vão pouco além do ultravioleta e pouco aquém do infravermelho, há os que alcancem raios-X, vá lá, mas não abraçam o vário plano de visibilidade, ou seja: não vêem tudo o que há! E que conclusão podemos tirar disto?! Que só consideramos vida aquela que for similar à que conhecemos — se é que conhecemos por inteiro mesmo aquela que se instala neste plano visual delimitado em que nos encontramos. Acaso existe impedimento de que haja outras formas diversas daquelas que normalmente confrontamos? (alguma não baseada em carbono, por exemplo). Olvidarão nossos ilustres cientistas que, ignorando o que seja a vida, igualmente ignoramos as condições, os modos, os meios em que ela se dá?! Esquecerão também quão pequeno e estreito é o limite da faixa de freqüência visual dos homens desta terra?! Assim sendo, muita coisa há que não vemos e — por não sabermos o que é vida — desconsideramos que, dentre as muitas coisas que não vemos, vida pode haver – numa conformação diversa da nossa que seja.
Plagiando Fernando Pessoa, arremataríamos com o seu dizer: "a vida é uma estrada; a morte, uma curva. Morrer é só não ser mais visto."
Francisco de Sousa Vieira Filho.[1]
Também disponível em:
http://www.portalodia.com/jornal/pages/pdf_15-11-2007_6
_20071115171637.pdf




[1] Francisco de Sousa Vieira Filho é advogado em Teresina-PI, militando principalmente na área trabalhista, professor de Filosofia Jurídica e Criminologia (FAESF – Floriano-PI), especialista em Direito Constitucional e mestrando em Direito pela Universidade Autônoma de Lisboa – UAL.