The Lair of Seth-Hades: COR.TE N'ALMÁ - prosas poéticas (I)
Arte: Meats Meier - http://beinart.org/artists/meats-meier/gallery/meats-meier-2.jpg

Presente do amigo Zorbba Baependi Igreja - artista plástico, poeta e um dos idealizadores da Revista Trimera de Letras e do Projeto Academia Onírica [poesia tarja preta].

LIRA ANTIGA BARDO TRISTE & LIRA NOVA BARDO TARDO

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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

COR.TE N'ALMÁ - prosas poéticas (I)

SERVO EM TI HÁ

Que escrever servo.em.ti a tem. Escrever não serve, é servido – tem posse, mando e domínios próprios. Não se enquadra fácil no rótulo utilitarista, como meio para se atingir algo, mas é fim [em si e por si]. É alvo, seta, alça de mira, disparo e projétil, deixando pólvora incombusta na passagem. Dizer sem dizer, eis a idéia! Ocultar sob os sete véus e sentir até onde ousa cada leitor se embrenhar. Ou se exerce uma crítica às vozes ou a elas bem se entrega, não há outro caminho. Escrever é vício e é terapia; é brincadeira e agonia [utopia?! - talvez]. A um só tempo ardor do sol e estio da treva. E é muito mais do que nos pareça, sob os véus em que se esconde essa vontade de grafar [como fizeram os primitivos] nossa parca passagem neste mundo full gás. É que é veículo com o que a alma enxerga mais. E se pressente urgências por trás das palavras, quando a poesia é carro.céu de fogo e veículo de sentires e forças que não pode conter – ela extravasa. Calar-se, então, que o amor fala mais, que o excesso de palavras só desfaz, a beleza destes tristes ais.

Francisco de Sousa Vieira Filho
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NA CUMEEIRA DO TEMPO

Acerto a seta ponteira com que teimo e tanto. Me fio, à linha inteira, dos ponteiros, quanto. E tento e limo e moldo me consigam manto. No fundo de meus ossos, soldo, forço até o pranto. E limo pele e alma, de profundo; e perco mais que a calma, o próprio mundo. Os pontos que da rinha, qual se advinha, eles me são. À porta deste céu me proteja o véu. Que se avizinhasse, mas não é nem tanto. E tão logo passe o seu triste canto. Ah, se isto fosse, mas é fosso e longe. Seu aroma doce bem distante passa. E num só instante ele se perpassa. Do tempo vil sem eira, a dizer se queira, tenha outra função; pois nem bem à beira, a razão meeira há de ter porção, co’essa a.parte inteira que é do coração. Só me resta então, nesta cumeeira do tempo ter comigo alento que consigo. E o pranto que o futuro inventivo inventa. No seu triste encanto, ele até que tenta – e sempre! É que força o ventre. Quer par.ir singularidades duplas, se só.lhe.dão isto. Quer-se algo novo e di.verso, mesmo nada possa haver de novo  sob o véu do sol. E, assim, seguem os dias nesta dança, nos volteios e firulas de criança. E dispensa o ciclo todo, que o pêndulo só explica. Tudo recomeça, é o que, de novo, ele suplica.

Francisco de Sousa Vieira Filho
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PRIMITIVO

Deixar de estar e vir-a-ser, se se perde de si nas cogitações. Mas as raízes inda estão lá, ensinando o caminho de casa, como se falassem tudo o que quero dizer e não disse. Guardam aquilo que reside na proto-palavra, no seu nascedouro, berço de estrelas. Há um desejo de completude infindável nelas ou é o que há em mim ao lê-las antes de traçadas no papel. Sigo ponte.ilhando pautadas palavras precisas. E que ficariam melhor sem eles – os pontos. Perdidas umas das outras em dê.lírios ou dê.leites dom.di.verte também mel, sobretudo se lambidas por quem saiba. Uma flor.esta em que se perde para se encontrar o alter-ego poético alter.nativo.

Francisco de Sousa Vieira Filho
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Foto: André Gonçalves [redator, publicitário e fotógrafo piauiense] - Barco em Jeri - http://www.andregoncalves.fot.br/

28 comentários:

Lou Vilela disse...

Meus cumprimentos! Textos arrebatadores, meu caro.

Beijos

Domingos Barroso disse...

O encanto da poética prosa
tanto pela claridade
(que se vê aos poucos)
é o entrelaçamento
do fio de uma mente larga
entre junções e rupturas
de sílabas em palavras
que as recriam.

Recrear-se sob mantos
misteriosos: é bom continuar
lendo, relendo...

Forte abraço,
camarada.

Pólen Radioativo disse...

Olá, moço dos talhos coloridos...

Os cortes de tuas prosas poéticas vertem arco-íris.

Beijos e uma ótima semana!

Sonia Parmigiano disse...

Francisco,

Belos textos!!!Meus parabéns!!!

Grata por sua visita e desejo-te uma ótima semana!

Beijos,

Reggina Moon

Visite:

www.versoeprosapoemas.blogspot.com

ítalo puccini disse...

embrenhar-se no texto. é mais do que preciso. é necessário. teus escritos levam a isto. conduzem-nos a isto.

grande abraço!

Felipe Costa Marques disse...

del.ici.us!


Abraço Transatlântico!

Jorge Pimenta disse...

a escrita que se deflecte caleidoscopicamente, num traço de metalinguagem exemplar. a imagem, então...
um abraço!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Obrigado, Lou! ;) Bjs!!!

Arre.bata.a.dor... :)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

O encanto da poética prosa
tanto pela claridade
(que se vê aos poucos)
é o entrelaçamento
do fio de uma mente larga
entre junções e rupturas
de sílabas em palavras
que as recriam.

Recrear-se sob mantos
misteriosos: é bom continuar
lendo, relendo...


Domingos Barroso

Recreando e recriando, sigamos... um dia o brincar se gasta e voltamos a ser...

Forte abraço, Domingos.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Olá, moço dos talhos coloridos...

Os cortes de tuas prosas poéticas vertem arco-íris.


Adriana Pólen Radioativo


Em.talho.ando-me em postas aqui...
Se ver/ter-te arco-íris, menina...
É bom!

;)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Obrigado, REGGINA MOON! ;) Seja bem-vinda por cá... :)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

embrenhar-se no texto. é mais do que preciso. é necessário. teus escritos levam a isto. conduzem-nos a isto.

Í.ta**

Leve foice
Pra cortar
Flor.esta
Embrenhada

Abraço, Í.ta**! :)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Forte abraço, Felipe Marques! Seja bem-vindo!

A prova a.prova :)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

a escrita que se deflecte caleidoscopicamente, num traço de metalinguagem exemplar. a imagem, então...

Jorge Pimenta

Sou meio viciado no tema, falar da fala, escrever sobre a escrita, sobre o ímpeto, a vontade e mágica que há e que, a despeito da compreensão, se quer sentir, fazer sentir, antes que faça sentido... :)

Forte abraço, Jorge!

Insana disse...

Belo texto.

bjs
Insana

Pólen Radioativo disse...

"Acerto a seta ponteira com que teimo e tanto. Me fio, à linha inteira, dos ponteiros, quanto. E tento e limo e moldo me consigam manto. No fundo de meus ossos, soldo, forço até o pranto"

Eita, poeta... Estou com isso martelando desde a primeira leitura...
É poesia, palavra urdida por todo canto!!!!

Beijos...

FILHA DO SOL DO EQUADOR. disse...

belos...

Unknown disse...

gostei principalmente do primeiro.
Escrever tem dessas coisas mesmo.

você tá criando um estilo interessante, esse que faz separando as palavras e criando significados diversos tanto para as palavras quanto para a frase mesmo.
Muito legal!

Cris França disse...

quanta inspiração! gostei de ler, bjs

Valéria lima disse...

Nas margens da vida, tudo é toque divino.

BeijooO*

Unknown disse...

Francisco

Não me canso de te ler. Belos textos, sugestivos e muito, mas muito bem escritos. Talento. E ler com a música de fundo, deixa-me sempre impressionado.

Abraço

António

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Bjaum, Insana! Obrigado! ;)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

"Acerto a seta ponteira com que teimo e tanto. Me fio, à linha inteira, dos ponteiros, quanto. E tento e limo e moldo me consigam manto. No fundo de meus ossos, soldo, forço até o pranto"

Eita, poeta... Estou com isso martelando desde a primeira leitura...
É poesia, palavra urdida por todo canto!!!!


Adriana PólenRadioativo

Ficou bem musical, né?! conseguir dizer o que se quer dizer cantando é dureza... tava querendo fazer uns experimentos... poesia experimental ou débil mental?! rs... :D

Bjs mil, Srta. Raposinha! :D

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Obrigado, Cibelly Filha do sol do Equador

100 é muito! rs...

Bjs!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

gostei principalmente do primeiro.
Escrever tem dessas coisas mesmo.

você tá criando um estilo interessante, esse que faz separando as palavras e criando significados diversos tanto para as palavras quanto para a frase mesmo.


Mina do Cara

Valeu, Mina do Cara... um dia ainda se descobre o nome rs...

Abraço!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Beijão, Cris França! Saudades docê por aqui... ;)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Nas margens da vida, tudo é toque divino.

Valéria Sorohan

Toque ou retoque, se margeando á.vida... ;)

Bjs, menina!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Não me canso de te ler. Belos textos, sugestivos e muito, mas muito bem escritos. Talento. E ler com a música de fundo, deixa-me sempre impressionado.

Antônio Rosa

Ah, a música de fundo é de um anime [desenho animado japonês] chamado Death Note... :) fala de um rapaz, estudante colegial no Japão, que encontra o caderno de um shinigami [deus da morte]. Quem tiver o nome escrito no caderno morre após 45 segundos. Se até antes de de os 45 segundos se passarem não se especificar a causa da morte, será ataque cardíaco; pra que o caderno funcione é preciso saber o nome da pessoa e visualizar seu rosto mentalmente... é um desenho para adultos porque a trama policial [fora a parte mitológica] se torna tão complexa que poucos filmes vi com similar caminhos [Inception ou Matrix I vão no rumo]... :)