The Lair of Seth-Hades: FIAT LUX - MINOR
Arte: Meats Meier - http://beinart.org/artists/meats-meier/gallery/meats-meier-2.jpg

Presente do amigo Zorbba Baependi Igreja - artista plástico, poeta e um dos idealizadores da Revista Trimera de Letras e do Projeto Academia Onírica [poesia tarja preta].

LIRA ANTIGA BARDO TRISTE & LIRA NOVA BARDO TARDO

Galera, estou pondo uma conta PagSeguro à disposição, para quem [assumindo o risco por sua própria alma] tenha interesse em adquirir um de meus livros [Lira Antiga Bardo Triste ou Lira Nova Bardo Tardo]. O custo de cada exemplar é de R$ 10,00 + R$ 5,00 de frete. Valeu! :D

P.S.: a PagSeguro não fornece um sistema de cadastro de vários produtos, de modo que, quem efetue a compra, deve me enviar um e-mail [iarcovich@hotmail.com], ou mesmo me deixar 'comment' aqui mesmo num dos 'posts', dizendo qual exemplar deseja receber. Por hora, a forma de pagamento disponível é apenas a de boleto bancário. Amanhã já liberam pra cartão. ;)

Pag Seguro - compra dos livros

Carrinho de Compras

quinta-feira, 11 de março de 2010

FIAT LUX - MINOR



FIAT LUX - MINOR

Criar não é algo que surge
Do âmago é que regurgita
É como um apelo que urge
Acessos de um’alma aflita

É qual uma dor que refulge
Um nada, que do nada grita
Um reconhecer-se que ruge
O olhar que a si mesmo fita

E é carência que a si sacia
A transcrever em mímese
Ainda que só por hipótese
Aquilo que em si já se ia

O que for capaz de revirar
O que se nos haja de inato
E por fim é ainda o copiar
E refazer tudo num só ato

Francisco de Sousa Vieira Filho

FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p. 16.

ARTE: www.khomatech.com/images/commissioned/scorn/book.jpg 

25 comentários:

Anônimo disse...

Criar:
copiar aquilo
que a alma soprou.

=)

Beijos.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Lara, acodada ainda, menina? :D

Sua fala me fez lembrar aqui que a visão platônica de criação parte da idéia de que nosso mundo é cópia [mundo sensível], que o Demiurgo, o Plasmador teria feito, em imitação a um mundo ideal, mais perfeito, hyperurânio, mundo das idéias... a arte que imita a natureza nada mais seria que cópia da cópia, abrindo margem para a arte abstrata, a imitar o mundo das idéia [que seria o mundo original]: "copiar o que a alma soprou"... pois bem, a questão é que, em última análise, havendo um artista anterior, o Demiurgo, nossa criação seria por fim uma criação sua... há uma passagem linda em "O Silmarillion" de J.R.R. Tolkien, em que Aulë, um dos Valar, um dos poderes do mundo, filho de Erü [pelos elfos conhecido como Illúvatar - Deus, no caso], desobedecendo às ordens do Pai, teria criado seres outros, contudo, apenas autômatos [os anões, em sua origem]... ocorre que, repreendido por sua insolência, ele [Aulë] faz gesto de destruir sua obra, sua criação, e entre lágrimas, brandindo sua clava, ele indaga mais ou menos assim: 'toma, estas são obras das mãos que tu criastes, mas se te desagrada, detruo-as eu agora mesmo...' Ao que Erü se compadeceu e permitiu os anões tivessem alma... isto meio que redimiria a arte que imita a natureza, a cópia [ainda assim] seria labor co-criativo, resultado da produção das mãos criadas pela Mão... poético, não?! Viajei demais já rs...

Beijo, menina, e boa noite!

:)

Anônimo disse...

Amei é muito lind otudo q vc escreve! bj*

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Olá, 'Escrevo Palavras e Choro Poemas', que bom que gostou, seja bem-vinda... :)

Silvia Masc disse...

Todos os sentimentos sopram...
beijinho e bom dia!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

E que soprem sempre... Bom dia, Sílvia... beijo!!! ;)

BAR DO BARDO disse...

Não tenho vergonha de afirmar que toda a minha arte se resume a cópia.

Bom poema metalinguístico, Fco.!

Léo Santos disse...

Puxa! Como tu conseguiu captar e descrever com perfeição o ato da criação! Não é fácil! Eu por exemplo jamais me arriscaria... Me falta conhecimento para tanto!

Agora, trocando de saco pra mala! Aquela foto da filha do baco me impressionou! Será que ela - como o velho - também gosta de um bom vinho? Maravilha!

Um abraço pra ti!

Lou Vilela disse...

Oi...

Poucas vezes vi uma definição tão boa sobre esse tema. ;) Parabéns!

Beijão

Talita Prates disse...

belíssima e coerente reflexão sobre o ato criativo, Francisco!

Como poeta e estudante de Filosofia, fez muito sentido pra mim!

Um bjo.

Talita
História da minha alma

ítalo puccini disse...

criar é fazer o que fazes,
e muito bem feito :)

abraço.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Somos dois, meu caro Bardo, somos dois rs... e - me pergunto - acaso toda ela não o é? Resta saber se cópia de que, ou de quem? Vai da crença de cada um: natureza, Divindade, etc...

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Valeu, Léo, muito obrigado... ah, e com certeza ela gosta de um bom vinho... quem dera ela me desse bola rs... mas se ela habita o cosmos noético ou o noumênico eu não sei rs - um dia vou atrás dela no mundo dos sonhos, quem sabe a encontramos no onírico... :D

Forte abraço, hombre.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Valeu, Lou... beijão, menina! ;)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Talita, tudo bem? Pois temos então duas afinidades a mais... amo poesia e filosofia é o ar que respiro [sou professor de fil. geral e jurídica]... não posso negar há muito de influência filosófica no que escrevo - neste texto singularmente visível...

Forte abraço, menina!

;)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Obrigado pelo elogio, meu caro Í.ta... mas, sou forçado a reconhecer, é mero labor co-criativo, quando muito - sendo sincero, mera cópia imperfeita da Arte Maior... :)

Elzenir Apolinário disse...

Cabe aqui palavras da querida escritora Rquel de Queirós: " Escrever é um ato sofrido, vem de dentro, tão sofrido como a dor do parto." Espero que tenha ilustrado bem seu lindo poema. Bom final de semana. Bjs

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Belíssimas palavras, Elzenir, e um bom fim de semana pra nós todos... ;)

Joakim Antonio disse...

Só pra começar perfeito o título, só ele já basta para filosofar em cima do escrito. Como escapar da cópia do criar, se nós mesmos somos cópias de cópias, começando pelos nossos pais.
Na escrita se olharmos, tudo já foi escrito, mas há muito mais a ser dito.
Completar com uma frase de música: "Sei que às vezes uso
Palavras repetidas Mas quais são as palavras Que nunca são ditas?" (Legião Urbana)

Estou degustando todos os demais escritos, belos sonetos amigo!

Parabéns!

Lai Paiva disse...

Belíssima criação Francisco. É uma honra ler-te. Bj

Anônimo disse...

Gostei da sua resposta-viagem =). Estava aqui a pensar.

Beijo, poeta, boa semana!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Elzenir, ilustrou sim... belíssimo... Beijo! ;)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Valeu, Joakim, captou perfeitamente bem a mensagem... Forte abraço e seja bem-vindo!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Obrigado, Lai, espero sempre poder honrá-la então... ;)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

'Viajar' é comigo mesmo rs...

Beijão, Lara!

;)