The Lair of Seth-Hades: RASCUNHO & RATIO
Arte: Meats Meier - http://beinart.org/artists/meats-meier/gallery/meats-meier-2.jpg

Presente do amigo Zorbba Baependi Igreja - artista plástico, poeta e um dos idealizadores da Revista Trimera de Letras e do Projeto Academia Onírica [poesia tarja preta].

LIRA ANTIGA BARDO TRISTE & LIRA NOVA BARDO TARDO

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quinta-feira, 21 de abril de 2011

RASCUNHO & RATIO

RASCUNHO


Aprecio o quedar-se no rascunho
A beleza que se faça incompleta
Imperfeita, feita o próprio punho
Que, na criação, é desafio esteta,

Torto caminho, para bellum meta
Do que se quis fosse testemunho
Que mais belo do que a linha reta
É aquela, em que, com esse cunho,

Se despeça de pretensão perfeita
E que por amor à linha rarefeita
Nela inda mais gênio se pressinta

É o que sinto, quando, certa feita,
Se um fio escapa por tua nuca e deita
Te faz arte com a mais bela tinta

Francisco de Sousa Vieira Filho
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RATIO

A visão não confere a dimensão
Real, do que, de fato, possa haver
Nem leva à necessária conclusão
De que se baste ver pra conhecer

É estranho se precise ver pra crer
Como estranhos abismos o são
Os que se abrem entre ter e ser
E a tudo nubla, devora a menção

De que pra conhecer só baste ver
Quanto mais se demanda à noção
Quer tenhamos uma tal pretensão

Se é a razão que nos faz perceber
Ou se um dado inda falta pra ver
Que, de amor, careça a equação

Francisco de Sousa Vieira Filho
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FOTO: mool-yer-zeen-ya.tumblr.com [ tumblr_lhussgff801qb97vko1_500.jpg ]

10 comentários:

Domingos Barroso disse...

são os olhos de profunda sensibilidade para desvendar
toda bela estranheza quando
a própria visão turva-se
diante da magia
e do assombro
...

Camarada Francisco,
belíssimos poemas!

forte abraço.

ítalo puccini disse...

ah, isso de ignorar a perfeição, por ora, cai muito bem.

ótemos teus poemas, como sempre.

bom voltar a este espaço.

abraços

Medeiros Alencar disse...

A razão nos faz perceber certas imperfeições e são essas imperfeições que criam a beleza de tudo.

Vanessa Souza disse...

assimetria do belo.

Wilden Barreiro disse...

ótimos sonetos. fulgurante a primeira quadra de 'Rascunho', com a precisa imagem da imprecisão fundamental.

abraço

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

são os olhos de profunda sensibilidade para desvendar
toda bela estranheza quando
a própria visão turva-se
diante da magia
e do assombro


Obrigado pela presença e impressões sempre profícuas, Domingos! Forte abraço! :)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

É ignorar a perfeição, por vezes sonho, inatingível, pra abraçar a beleza no imperfeito, no factível...

Forte abraço, Í.ta**

:)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Divisar o belo no imperfeito, no falho, no humano, como aprecia o expert na obra antiguíssima, mais as ranhuras que o tempo lhe fez, que as pinceladas do artista, é algo raro, extremamente raro... que se dirá de ver o belo no feio, ou mesmo no grotesco, na arte de cunho soturno, na decrepitude das velhas construções, na madeira podre, naquilo que trás e guarda a mesma marca que nos marca o tempo dos ponteiros. Gostar da vincada pele como goste dos sulcos da rocha esculpida que o tempo pacientemente desgasta – acaso isto não é amor?!...

Forte abraço, Medeiros Alencar! :)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Assim.é.triaGEM... :)

Enorme xêro, Vanessa!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

ótimos sonetos. fulgurante a primeira quadra de 'Rascunho', com a precisa imagem da imprecisão fundamental.

Seja bem-vindo por cá, Wilden Barreiro! Obrigado por suas palavras e impressões. Forte abraço! :)