The Lair of Seth-Hades: SUPREMO TRIBUNAL
Arte: Meats Meier - http://beinart.org/artists/meats-meier/gallery/meats-meier-2.jpg

Presente do amigo Zorbba Baependi Igreja - artista plástico, poeta e um dos idealizadores da Revista Trimera de Letras e do Projeto Academia Onírica [poesia tarja preta].

LIRA ANTIGA BARDO TRISTE & LIRA NOVA BARDO TARDO

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terça-feira, 2 de março de 2010

SUPREMO TRIBUNAL


SUPREMO TRIBUNAL

Quem és tu??? 
Quem és tu, que chegas manso 
E logo nos engendras ranço? 
Tu, que por vezes trazes  
A paz acolhedora do ninho,
Em outras tantas pareces  
O algoz dragão-moinho!
Tu, sempre nos guia e direciona,
Mas há dias em que nossa paz também tenciona.
De há muito que te persigo...
És como a luz que ao horizonte fito...
Também és, para mim, sinal de perigo,
Vendo-te, assim, de ti corro aflito 
E sequer posso afastar-te com meu grito.
Por vezes és juiz 
E lança-me à face tudo o que fiz.
Em outras, sendo algoz,
Fere-me com seu grito feroz.
Também és manso regaço,  
Quando coisas Certas faço. 
Certas coisas Certas,
Que se me nego,  
Abrem-me os olhos de cego 
E ferem-me como setas,
Bem agudas decerto,
Para que longe eu fique do deserto.
Supremo Tribunal da Consciência,
Que nos ensina a Lei da Boa-Vivência,
Oh, Supremo Tribunal,
Cuja Justiça Absoluta é o fanal,
Guia-me com teu canto,
Para que eu não caia em pranto,
Num triste canto,
Ao final.

Francisco de Sousa Vieira Filho 
FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p. 22.

31 comentários:

Léo Santos disse...

E tem gente que diz que desse julgamento ninguém escapa hein! Eu por exemplo no dia em que tiver de acertar contas, tenho quase certeza que meu nome constará na lista de inadimplentes! Belo poema fez-me pensar!

Um abraço!

José Carlos Brandão disse...

O Supremo Tribunal da Consciência não dorme - embora muitos não tenham consciência.
Para nós resta-nos a poesia, que não julga, absolve. Somos salvos nem que seja no último round.
Abraços.

Lou Vilela disse...

soberanas consciências...

Muito bom, meu caro!

Laurent disse...

Perfeito!

Adorei o teu post, e adorei o teu blog.

Abraço.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Inadimplente também eu, Léo... :D Forte abraço!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Para nós resta-nos a poesia, que não julga, absolve. Somos salvos nem que seja no último round.

Valeu, José Carlos...

:D

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Sober ANO,
Soberba...
Saber...

Consciências conscientes, conseqüentes...

Bjão, Lou...

;)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Valeu, Angel, seja bem-vindo! :D

nydia bonetti disse...

Muitos não ouvem o canto da própria consciência, que dirá, o canto maior, vindo do alto. Consola saber que este juíz é absolutamente justo e infinitamente bom. Nossos julgamentos não dizem nada. Abraço!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Muitos não ouvem o canto da própria consciência, que dirá, o canto maior, vindo do alto. Consola saber que este juíz é absolutamente justo e infinitamente bom. Nossos julgamentos não dizem nada.

Melhor eu não teria dito, Nydia, não apenas preciso, mas belo também...

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Nydia, fugindo já ao tema, uma curiosidade... Acredita em Deus? Eu sei, quando se pergunta: acredita em Deus? - pergunta-se, na verdade, qual sua religião? Ou melhor: você tem religião [formal]?! Em parte é isso também o que desejo saber... Sinto em alguns comentários recíprocos, reciprocidade também de idéias e concepções - de modo que senti vontade de constatar... Antes que responda digo de já o que penso a respeito: não acredito muito em rótulos... já zanzei bastante pra descobrir que a verdadeira religião não tem nome, que há membros dela no seio das mais diversas denominações, que instituições são instrumentos de dominação e de escravidão, que Jesus apregoava ao ar livre, descalço e seguido pelos mais humildes e que os ditos 'religiosos' de hoje são sempre os mais ricos e se enriquecem à custa dos que mais necessitam, que cada um [mesmo no seio da mesma denominação] tem uma idéia diferente (e pessoal) de Deus [ainda que com lineamentos comuns], que a verdadeira religião é a do íntimo e e do coração e não a da prática exterior [como diria Jesus, não sejais como os hipócritas que sentam à frente no templo e oram em voz alta e chamam a atenção pra si como virtuosos, quando no seio de seus lares (no oculto das paredes) são tiranos e maldosos - são como sepulcros caiados, belo por fora, mas com toda a sorte de putridão por dentro), e, por fim, que a verdadeira religião é a do coração, que sou cheio de vícios e ainda tardo muito em seguir o chamado e o caminho, mas que faço o meu melhor e o meu possível no meu viver de agora, que no suceder das possibilidades que a Divindade nos faculta nas muitas moradas da Casa do Pai hei de galgar melhor pouso e lugar [infinidade afora] - como todos mais... bem, creio em Deus, sem dúvida, não o Deus das religiões por aí [que se apodera dos dízimos dos fiéis, que se apresenta tendo por intermediários homens mundanos sob capas de religiosos...] Deus está além de templos - seu templo é a natureza e a criação e o coração dos homens e é lá [nos corações] que precisa [e oxalá não tarde] renascer...

Marcelo Novaes disse...

Francisco,




Voz onitroante que, às vezes se faz regato.






Abração.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

De vez em quando cai bem fugir em favor da polifonia - escapar do apego à forma e adotar um pouco mais de leveza... :)

Forte abraço, Marcelo.

Yan Leite Chaparro disse...

lembrei de um texto do Lévinas "entre nós". o corpo treme quando iniciamos algum encontro com o "rosto" do outro, entre jogos de espelhos que faz do eu e o outro movimentos de vertigem. a imensidão do nada.

Primeira Pessoa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Silvia Masc disse...

Eu acredito em um D'us justo e soberano e não confio na justiça dos homens.
A tua poesia não julga e deleita.

beijinho


PS: Gostaria muito de ver um comentário teu, especialmente hoje no Longevidade, em um assunto que já deu panos para muitas mangas.

Paulo Tamburro disse...

Tudo bem ?

Parabéns, seu blog merece, que venha por aqui muita vezes.

Afinal, não temos tantos bons textos com estes seus à nossa disposição.

Caso queira me visitar, meu blog é de humor.

Um abração carioca.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Yan, beleza? A comparação por si só já me honra, um filósofo ímpar... conheço sua história, mas não sou profundo conhecedor de sua obra, nem ele é trabalhado com maior profundidade no meio acadêmico - meramente citado, quando muito...

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Roberto, retribuo o abraço e me solidarizo [em parte] com sua concepção... há algo de meio que um medo ancestral em muito de nossa visão acerca do divino - muita vez não é crença, é prudência e prevenção...

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Sílvia, comentei lá... espero não ter 'viajado' demais rs... Bjão!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Olá, P. Tamburro, passeei nos três espaços, mas - confesso - preferi o "como era fácil fazer sexo"... poucas vezes vi texto tão lúcido / lúdico / instrutivo /cômico acerca do que é o sexo para a mulher de hoje... muito legal! :)

Batom e poesias disse...

Andamos em momento litúrgico...
Resta-nos a misericórdia dos poemas.
Muito bom, Francisco.
Demais.

Bj

Rossana

D. Martins disse...

Bacana heim cara? Escreve muito, parabens!!!

E sobre o blues, o feeling é o que reina neste misto de improviso e acordes. Show né?

Abraços!!!

Lisarda disse...

A idéia do poema é boa. Me faz lembrar de Antígona, cuando quiere soterrar a seu pai e fala aos juizes acerca de uma lei más antiga.
Que a Consciência, como um fanal, ilumine e guíe ao poeta, me parece um feliz conceito: procuro imaginar a um juiz invocando as musas e não posso.
Mas- aquí tenho um respetuoso assinalamento- eu acho que uma boa idéia não debesse ficar presa das rimas, especialmente ao final do poema.
E uma opinião: considera-a como tal. Abraço

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Sou escravo da fôrma, da forma... o que ora lês figura dentre as pálidas fugas que me permito rs... não só assimilo o assinalamento, como acato a opinião como precisa, certa e devida até...

Bjão, Lisarda.

;)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oremos, pois, às musas que nos inspirem... forte abraço, B&P... ;)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Forte abraço, D. Martins, seja bem-vindo... :)

Silvia Masc disse...

Oi Francisco, viajou não, interessante que eu havia pensando em escrever sobre o tabu em relação a velhice, e a questão de associar uma à outra, pois muitas vezes a morte chega primeiro. Foi muito bom ,aliás o seu comentário valeu um post.
Muito obrigada.
beijinho

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Beijão, Sílvia... pretendo passar por lá com mais freqüência que o habitual... ;)

Anônimo disse...

A justiça do amor
é menos certa
e de propósito
mais cega.

Abraços, poeta.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Menos certa e mais certeira, eu diria rs... agora que é cega, disto ninguém duvida... :)

Forte abraço, Lara [cara] mia... :)