The Lair of Seth-Hades: O SEGREDO DO ABISMO
Arte: Meats Meier - http://beinart.org/artists/meats-meier/gallery/meats-meier-2.jpg

Presente do amigo Zorbba Baependi Igreja - artista plástico, poeta e um dos idealizadores da Revista Trimera de Letras e do Projeto Academia Onírica [poesia tarja preta].

LIRA ANTIGA BARDO TRISTE & LIRA NOVA BARDO TARDO

Galera, estou pondo uma conta PagSeguro à disposição, para quem [assumindo o risco por sua própria alma] tenha interesse em adquirir um de meus livros [Lira Antiga Bardo Triste ou Lira Nova Bardo Tardo]. O custo de cada exemplar é de R$ 10,00 + R$ 5,00 de frete. Valeu! :D

P.S.: a PagSeguro não fornece um sistema de cadastro de vários produtos, de modo que, quem efetue a compra, deve me enviar um e-mail [iarcovich@hotmail.com], ou mesmo me deixar 'comment' aqui mesmo num dos 'posts', dizendo qual exemplar deseja receber. Por hora, a forma de pagamento disponível é apenas a de boleto bancário. Amanhã já liberam pra cartão. ;)

Pag Seguro - compra dos livros

Carrinho de Compras

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O SEGREDO DO ABISMO



O SEGREDO DO ABISMO 

Num furor de mil ondas hei cismado 
E pelas vagas seguirei inconformado, 
Negando-me até o menor linimento, 
Se me oculta o rumo, o firmamento. 

Se é amando que se aprende a amar, 
Tão certo quanto a amplidão do mar, 
Se é vivendo que se aprende a viver, 
Que por certo é imprescindível crer. 

Contra toda a imprecação e truísmo 
Preciso se faz beirar o tredo abismo 
E saber menos dista o distante cume 
De um tal lugar, sem qualquer lume 

E se um triste evento nos faça quedar 
Num tal buraco que não tenha fundo 
Que se saiba ser inútil se desesperar 
Que isto não é nunca o fim do mundo

Francisco de Sousa Vieira Filho

FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p.11..

ARTE: http://ffffound.com/image/4450621254ba1acbeb576053d693a2e4f87547b0?c=4913620

16 comentários:

Fred Matos disse...

"E se um triste evento nos faça quedar 
Num tal buraco que não tenha fundo 
Que se saiba ser inútil se desesperar 
Que isto não é nunca o fim do mundo"



Se o fim do mundo, contudo, for iminente
Desesperar será igualmente inútil
Mas como é inútil tudo aquilo que se sente
Que o último seja o meu instante mais fútil

Grande abraço

Silvia Masc disse...

Depois de um dia calorento e exaustivo, passei por aqui, para refrescar a alma... saio feliz.

beijinho

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Sílvia, tudo bem? Dias calorentos por cá também... aliás, aqui quase nunca há dias amenos rs... que a arte, mesmo a minha arte menor, possa ser alimento pro coração e pra alma - e como disse traga algum refrigério também... Bjaum! Forte abraço!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Muito bela a versão, Fred... seja bem-vindo sempre! :)

Primeira Pessoa disse...

francisco,
augusto dos anjos fez história, deixou sementes...

vejo AA frutificando em novos talentos, como você.

benditos sejam!

abração do
r.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Valeu pelo elogio, Roberto... espero Augusto não estremeça no túmulo [risos]... brincando... vão aqui três sonetos bem ao estilo de Augusto pra brindar...

ILUMINADA SOMBRA

A Augusto dos Anjos

A vida demandava louca, e ele imerso
Em idéias que, triste, contemplava
No âmago do intelecto que pensava
Na vastidão do homem e do universo

Da treda vida o interesse diverso
Elevava-o a um plano que vibrava
Na escuridão, donde, talvez, brotava
O arcabouço incisivo do seu verso

E emudecera o gênio inimitável
Do qual a melancolia era inseparável
E cuja miséria aceitava a custo

E Deus ordenaria ao verme o envolvesse
Que eternizaria, quanto mais roesse
O legado inolvidável de Augusto!!


Paulo Henrique Alves Ferreira
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?origin=is&uid=14698881415269779372
---------------------------------

Do limo

Eu penso, carrossel não é hipismo,
Eu penso antes da cunha da Suméria.
Dispenso o vão consenso porque cismo,
Eu cismo pela azêmola da artéria.

Altíssimo faminto por abismo,
Direto para a fenda na matéria,
Mistério que é de dentro, cataclismo,
Um selo para a trama deletéria.

Abrindo-se no pântano, pungente,
Brotando para a seiva de meu imo,
A vida à superfície intransigente

Demonstra a mim o monstro que sublimo:
Se o fôlego na argila me faz gente,
Ascendo messiânico do limo.


Henrique Pimenta
BAR DO BARDO
http://dobardo.blogspot.com/2010/01/do-limo.html

ESPELHO

Não é com desdenhoso pouco espanto
Que se constata a distorção do espaço
Raro se desfigurar o rosto a cada passo
Subcutâneo nervo, alma e cada canto

A constatar com que natural desvelo
Náusea, ânsia, choque, fúria e pesadelo
De chofre, é que nos mostram o quanto
Em frágil e débil andor de barro, o santo

Na abissal ignorância é que se compraz
Infantil joguete de um infértil nomos
Fruto do quanto o ego dominus loquaz

Faz diversa a tosca imagem do que somos
Que se brada a altivez do espelho canho
Se refestela’lma na putridão de antanho


Francisco de Sousa Vieira Filho
http://seth-hades.blogspot.com/2010/02/espelho.html

Paulo Jorge Dumaresq disse...

Francisco, em todo abismo tem uma mola que nos lança acima do chão quando não tememos a queda. Forte abraço.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

...ou passagem secreta de volta pra cima... forte abraço, Paulo Jorge! :)

Milene Lima disse...

Almas especiais tem os poetas, nao tenho dúvida disso.

Virei sempre alegrar minh'alma no seu canto tao acolhedor.

Beijos.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Forte abraço, Pétala, seja bem-vinda... é como dizia há pouco: se a arte-menor deste humilde bardo puder ter esse condão [o de alegrar almas] já terá valido... ;)

Kelly M. Carvalho disse...

eu sempre venho por aqui, e nunca sei o que falar... tamanho o meu encantamento diante de tuas palavras...
Então passei para agradecer tuas visitas e teus comentários...
Meu silêncio não significa ausência...

Grande beijo...
e lindo blog!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Kelly, tudo bem?

Agradeço as visitas, mesmo as 'silentes'... por vezes o silêncio fala mais, mas não seja tímida, sempre que quiser falar por cá, fale, seja o que for, o que quiser... a idéia é seja este um espaço é aberto - existe pra isso mesmo [externar o que se queira, do modo como se queira...]

Bjaum!

;)

BAR DO BARDO disse...

Beira de abismo é colo de Deus. (Obrigado ela menção - honrosa.)

BAR DO BARDO disse...

O que é visita silente? É o lente surdo-mudo que se visita a si mesmo próprio em ego?

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

A menção foi mais que devida, Henrique... no soneto, sobretudo, maestria igual nunca vi...

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

kkkkk... pode ser visita sem lente... aí não é só surdo-mudo, mas míope também rs...