Convite: Lançamento “Lira Antiga Bardo Triste” - Francisco de Sousa Vieira Filho
Clube dos Diários - 19hs - 23.10.2009 (SEXTA-FEIRA)
O título de meu primeiro livro é "Lira Antiga Bardo Triste"... casou bem porque não me preocupei em fazer uma seleção dos melhores poemas... poesia - no fim das contas - é desnudar-se, então, se é pra fazê-lo que seja sem pudores... pus de tudo, coisas novas e antigas (embora prevaleçam obviamente estas últimas em relação ao todo)... e assim o fiz sem me preocupar muito em pôr uma ordem, seja ela cronológica ou de meu gosto pessoal (creio mesmo que poemas não têm data, são eternos e habitam num eterno presente)... com esse propósito, fiz uma miscelânea de tudo o que tinha: desde poesias de nível até aquelas candidatas ao prêmio "bela merda" risos... (deixo para que o leitor julgue)... também no fim das contas, nem sempre o que a nudez revela é algo belo ou digno de apreciação risos... como dizia, mesclei ainda poemas antigos, de métrica rígida e fechada (sonetos via de regra) e poemas mais soltos e contemporâneos, mas - ainda assim - prevalecem os primeiros, daí então a parte inicial do título (Lira Antiga)... já "Bardo Triste", por sua vez, se deve à temática mais rotineira em torno deles... é que os poemas gravitam, sobretudo, em torno de temas como dor e sofrimento, sentimentos enfim - embora encarados quase sempre com forte veia filosófica... mas é certo também que os poemas falam quase sempre do que não podemos transmitir a outrem com nossos signos primitivos... ousar poetisar é reconhecer, sem frustração, nossa incapacidade de comunicarmos certas idéias e sentimentos... e, sobretudo, reconhecer haja beleza nisto... bem, aqui vai uma palhinha ou duas (e da nova leva) desta empresa para brindarmos a isso... espero que apreciem... e, a despeito da informalidade deste convite, econsiderem-se e estejam todos - de já - convidados... um forte abraço!
Francisco de Sousa Vieira Filho
MEIO ASSIM...
Me sinto meio assim
Quando te dói em mim
Que sou teu meio-tudo
Se fico meio-mudo,
Tu falas por mim
Que sou teu meio-pai
E teu meio-amigo
Um meio teu irmão
E também inteiro-amante
Teu servo, meio-cão
Aonde for te sigo
E nesse meio estou
Um meio que teu filho
Por fim, se nessa arte
Exato meio eu sou
És tu aquela parte
Daquilo que me vou
Francisco de Sousa Vieira Filho
DESEJOS
Só um desejo oculto por vez
É que se revela
Por menor o toque, em tua tez
Tão alva e bela
O de querer te abrir a mente
Ou te escancarar as pernas
De um ou outro se pressente:
No negrume de cavernas,
Um se aterra e se oculta;
No alçar vôo e içar velas,
Outro assoma e avulta;
Por ambos
Em ti mergulho
Descambos
De meu orgulho
Um é sol
E o outro é lua
O crisol
E a fome tua
Se um vem, o outro se ia
Também morre e o outro vai
Mata a fome e se sacia
Estertor de um simples ai
De quem assim sente
E a si sente
Em eterno ciclo
E constantemente
E se em ti florir
Eu quereria
Florir-te-ei
Florir-te-ia
Francisco de Sousa Vieira Filho
3 comentários:
Olá Francisco, vi que você virou seguidor do agenda cultural, gostaria de agradecer a força, mais estou aqui para lhes apresentar outro blog a qual também faço parte, e como você é escritor quem sabe não poderia nos dar uns toques, criticas ou elogios.
Espero que goste.
Abraços.
http://literesinapoetica.blogspot.com/
este é o linck.
Oi, Flávio, adicionei aqui tb. nos favoritos...
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