ARTE: 09ccfc07cc9669d33f587c3507181d42c15867ab_m.jpg [fffound]
quarta-feira, 21 de abril de 2010
DA ANCESTRAL FALA
DA ANCESTRAL FALA
Na dança dos sentidos
E dos corpos e das almas
Não se fala
A língua cala,
Quando os corpos dançam,
E as almas sentem.
Na linguagem ancestral
E táctil da pele
É que se lêem,
Os mudos olhos que se fitam
E os lábios semoventes
Que, sem som, se entendem.
E num cadente murmurar
De pétalas orvalhadas
Desfolhadas
Sob o bater do galho
Em seus açoites
Faz que chova
E em flores, fertiliza,
Pela força
Desses ventos
Imperiosos
De par em par.
E se sucede
Em meio a sons,
Tão ancestrais
Quanto o vagir
Do nascituro,
O mais desejado
E benfazejo
Silêncio.
E a solidão
– Seu triste pouso –
Já não é mais
Que um lugar onde,
Outrora, habitaram duas
Consciências separadas
Que num só,
No mesmo sol-lugar,
[Qual se uma só e já sem nós],
Hoje, planam,
Asas estrelaçadas,
Vôo cadenciado,A entoar o verbo atemporal
Do infinito;
Restando apenas
Um hiato de lábios entreabertos
Entre o medo, a maravilha
E o êxtase.
ARTE: 09ccfc07cc9669d33f587c3507181d42c15867ab_m.jpg [fffound]
Assinar:
Postagens (Atom)