quinta-feira, 4 de março de 2010
SONETOS À [IN]FINITUDE DO ENTE E DA ESSÊNCIA
VIDA, EFÊMERA VELA?!
VELA, EFÊMERA VIDA!!
I
Todos os dias eu a vejo queimar
Tranqüila qual a mansidão do mar
Mas, em tempestade, também grita
Por supor que um dia findará aflita
E quem dela vê os detalhes amiúde
Bem sabe, longe repousa a quietude
Seu cerne, o cordão neural, queima
A cera que o reveste derrete, teima
Será a vida qual efêmera vela?
Tola indagação que a razão insulta?
Ou triste a realidade que revela?
Se abismal é a analogia vela-vida
E dialética tal aproximação inculta
Pouco se terá perdido nesta lida.
Francisco de Sousa Vieira Filho
TRAJETÓRIA D'ALMA
A Vida se esvai qual água por entre os dedos
E como a água Ela também não se finda
Somente transmuta, escorre e escapa ainda
Que estejam colados os dedos qual sê-los
E é do tabernáculo das mãos em concha
Que Ela foge e escorre por outros lugares
Peregrina em distantes terras esta monja
Para encarcerar-se então em outros lares
Se é só ao fim da longa trilha da evolução
Que se perfaz concreta tão maior unidade
Entoa o maestro os gestos finais da canção
Quando a gota adentra ao oceano em União
É que terá real noção de que seja Verdade
Francisco de Sousa Vieira Filho
SUBLIME CLARIDADE
Clamamos à mais alta Claridade
Que nos lance derradeiro estertor
Se nos descortine toda a Verdade
Pela força e fé no Supremo Amor
Que Saibamos ser mais que húmus
O Fulgor que jaz em cada homem
Sendo a Centelha mais que fumus
Mais que dor pela qual nos tomem
Até a simples réstia que faça jorrar
Do alto da Montanha, lá da Crista
É-nos imensa fonte e infinito mar
Ensina-nos a palmilhar a tua Pista
Encerrada no tênue brilho do olhar
Francisco de Sousa Vieira Filho
FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. pp. 49, 57, 60.
ARTE: http://www.qualified-lifecoach.com/images/1DeviantArt.jpg
Marcadores:
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