The Lair of Seth-Hades: março 2010
Arte: Meats Meier - http://beinart.org/artists/meats-meier/gallery/meats-meier-2.jpg

Presente do amigo Zorbba Baependi Igreja - artista plástico, poeta e um dos idealizadores da Revista Trimera de Letras e do Projeto Academia Onírica [poesia tarja preta].

LIRA ANTIGA BARDO TRISTE & LIRA NOVA BARDO TARDO

Galera, estou pondo uma conta PagSeguro à disposição, para quem [assumindo o risco por sua própria alma] tenha interesse em adquirir um de meus livros [Lira Antiga Bardo Triste ou Lira Nova Bardo Tardo]. O custo de cada exemplar é de R$ 10,00 + R$ 5,00 de frete. Valeu! :D

P.S.: a PagSeguro não fornece um sistema de cadastro de vários produtos, de modo que, quem efetue a compra, deve me enviar um e-mail [iarcovich@hotmail.com], ou mesmo me deixar 'comment' aqui mesmo num dos 'posts', dizendo qual exemplar deseja receber. Por hora, a forma de pagamento disponível é apenas a de boleto bancário. Amanhã já liberam pra cartão. ;)

Pag Seguro - compra dos livros

Carrinho de Compras

quarta-feira, 31 de março de 2010

MEMENTO MORI & SELETIVA




MEMENTO MORI*

Pra desafinar essa tua pose de autarca
Ela vem a te mostrar o quanto escravo
És qual todos e partilhas mesma marca
E que dela não se escapa nem se bravo

E vem ela, cuja esfera a tudo abarca
Não importa se for gênio, se for parvo
Seja rico ou seja pobre, com ela arca
E não tarda a fincar seu longo cravo

E a todos é que aloca numa só barca
Seja longo ou seja breve o desagravo
É que logo se dará o que se embarca

Na viagem da vertigem e do que é travo
Pra bem longe da saudosa terra parca
Que pensou que fosse mel e era favo

Francisco de Sousa Vieira Filho

* [memento mori - "lembra-te que morrerás" ]
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SELETIVA

            À Dama Branca de Bandeira

A ela se apresentam todos
Acorrendo aptos e inaptos
Os bons e maus jogadores
Numa lida sem torcedores

Indiferente aos fatos todos
Faz equânimes os seus atos
E iguais adultos e juniores
Para eles, a “Liberta Dores”

Sua foice segue a fronte altiva
Displicente golpe faz a seletiva
E ninguém escapa dos horrores,
Que na vida não há torcedores!

Francisco de Sousa Vieira Filho

FONTE:  VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p. 24..

ARTE:fffound - guild war - centaur


quinta-feira, 25 de março de 2010

O POETA PENA



O POETA PENA



Qual ferreiro qu´entre o malho e a bigorna 
Molda o frio aço com o labor de sua arte 
Dobra e verte, corta e mexe, mutila e orna 
Quer extrair do coração seu peso e parte

E quer que seja água o que lhe verta, morna
Se na frialdade arranca um quase-enfarte
Sendo a si que vê no caldo a que entorna
Pois no imo-palco quem sussurra é Marte

Mapa, trilha ou talvez até um mero encarte
Que da vida se é a divisa, ou o que contorna
Sede tal dum rio infindo para que se farte

E ao calor, um pouco mais de si enforna
Quer seja brasão, seja mesmo um baluarte
Aquele pouco que do caldeirão retorna

Francisco de Sousa Vieira Filho


ARTE:  http://webdesignledger.com/wp-content/uploads/2010/03/architecture_photography_6.jpg

quarta-feira, 24 de março de 2010

SER RADICAL


SER RADICAL


Colimam para que o mundo piore
Os que esquecem o a priori.
Pouco útil é a filosofia da práxis,
Ao supor prescindir da rádix.
Faltar-lhe-á o sólido fundamento
Para guiá-la ao visado intento.
Porventura se constrói edifício
No limbo arenoso do suplício?
Que tu queres?
Teorizar sobre bolha de sabão?!
A ti mesmo feres,
Desconhecendo a eterna canção!
Tu, que só labutas com lei contingente
És tão-só um espírito indigente
Busca o saber absoluto
E não te cinjas mais de luto.
Não sejas cego, coração altivo,
Quando dizes: tudo é relativo.
Sei que isto é bem verdade,
Mas somente em pouca parte.
Certamente, absoluta seria,
Se, em todo, fosse verdade,
A afirmação que se fazia;
O que é impropriedade.
Como pode absoluta ser,
A lei que teima em dizer
Que tudo é relativo?
Eu te digo compassivo:
Ela a si está contradizendo,
E absoluta se fazendo.
E não me chames de parcial,
Sequer mereço ser chamado radical.
Pois parcial eu seria toda vida,
Se isto te abrisse os olhos para a eterna lida.
Achas tu ser radical termo pejorativo?!
Para teu preconceito, procura outro paliativo.
Queria eu poder ser radical
E vislumbrar o alvo final.
Radical é quem as raízes procura 

E, sendo cego, vê luz em noite escura;

É quem persegue, da Verdade, a essência
E não se conforma com empírica maledicência.

Francisco de Sousa Vieira Filho.

FONTE:  VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p. 47 e 48.

ARTE:  http://18.media.tumblr.com/tumblr_kw6srowTr01qa53xho1_500.jpg

terça-feira, 23 de março de 2010

MALA SUERTE



MALA SUERTE

Hoje eu quero a dor 
Já nem anseio pela morte 
Quem me dera aquela sanha 
Se então me sobreviesse  
Uma outra melhor sorte 
E um bem maior teria sido o rancor 
Que por certo hei de guardar  
E em o lançando ao vórtice 
No ciclo inferi que só se repete 
E que mal abranda, quanto mais me aquiete 
Viva eu meu inferninho cá 
Que não me resta outra consorte 
Nesta vida boa coisa não há 
Tanto melhor seria a morte
Mas hoje eu quero a dor

Francisco de Sousa Vieira Filho

FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p. 30.


ARTE:Dorian Cleavenger - http://reinosemnome.files.wordpress.com/2009/07/dorian_cleavenger_thejota.jpg

* Post Scriptum: calma, galera, não é algo de agora [risos]. A poesia, por vezes, consegue [mais que tudo] encapsular um sentimento e, como catarse, retirá-lo e imortalizá-lo [áinda bem que fora - risos]... ah, hoje li algo que gostaria de ter escrito, algo simples, direto, incrivelmente preciso e quase mágico em tudo o que comporta em si - "o poeta pena"

segunda-feira, 22 de março de 2010

PRÊMIO DARDOS

Recebi este selo "Prêmio Dardos" da amiga Marília Borges e seu Meridiano Digital, como um espaço que utiliza suas artes fotográficas e textos para transmitir valores culturais, éticos e pessoais.
Gostaria de repassá-lo aos seguintes blogs que reconheço a excelente qualidade de conteúdo:

http://nydiabonetti.blogspot.com/

http://olugarqueimporta.blogspot.com/

http://liricadocastelo.blogspot.com/

http://releiturasdemundo.blogspot.com/

http://razoar.blogspot.com/

http://eumeuoutro.blogspot.com/

http://tasapreciacao.blogspot.com/

http://acordapravidah.blogspot.com/

http://dialogospoeticosimello.blogspot.com/

http://bflor.blogspot.com/

http://ianemello.blogspot.com/

http://laramaral-teatrodavida.blogspot.com/

http://blognotapreta.blogspot.com/

http://historiadaminhaalma.blogspot.com/

http://ritaapoena.blogspot.com/

http://pensamentoseolhares.blogspot.com/

http://mariaclara-simplesmentepoesia.blogspot.com/

http://walkyria-suleiman.blogspot.com/

http://avassaladora-minhasvidas.blogspot.com/

http://cronicasderobertolima.blogspot.com/

http://poesiacronica.blogspot.com/

http://6vqcoisa.blogspot.com/

http://salvadorarnaublog.blogspot.com/

http://okayempatins.blogspot.com/

Tentei botar quase todo mundo... rs...

:D

Selo - superior-scribbler-award



Presente recebido da amiga Carmen Eugênio do Blog Carmen Eugenio

"What is a Superior Scribbler? One who employs mad skillz to communicate in this crazy, crazy world. Who pontificates, explains, memorializes & entertains. Who has a funny bone & is not afraid to use it. Whose cyber-crib we return to again & again, because it just feels right."
~ Melissa B. - The Scholastic Scribe ~

Devo repassá-lo, seguindo as seguintes regras:
Cada Superior Scribbler (SS) deve passar o prêmio para 5 amigos que tenham merecimento
Cada SS deve linkar o autor e nome do blog de quem ele recebeu o prêmio.
Cada SS deve exibir o prêmio em seu blog e disponibilizar o link para o Post Original que explica o prêmio
Cada SS é convidado a visitar o post que explica a atribuição do prêmio e deixar um comentário, adicionando assim o seu nome à Mr. Linky List. Lá eles mantém uma lista atualizada de todos que receberam o prêmio.

Cada SS deve colocar essas regras no seu blog.

Caramba, sou fã de muitos blog´s, mas como só posso repassar a 5, aqui vai [critério: os primeiros que me vieram à mente] rs...:
- Henrique Pimenta - Site Bar do Bardo
- Wania do Blog Encantaventos 
- Arianne Pirajá do Blog Tag Me Tender
- Gil do Blog do Blog Essência Dispersa
- Snail Track do Blog Snail Track

domingo, 21 de março de 2010

ÀS VEZES

 
ÀS VEZES...

Às vezes, olho pra você e vejo uma menininha a quem quero oferecer colo e proteger contra todos os males e vicissitudes desta vida, deste mundo.

Às vezes, olho pra você e vejo a irmã a quem quero dar conselhos, como bem faria um irmão mais velho.

Às vezes, eu olho pra você e vejo a amiga com quem quero compartilhar alegrias e tristezas, minhas e suas, porque – acredite – são todas elas nossas!

Às vezes, olho pra você e vejo a mulher que quero estreitar entre meus braços, trazer junto ao peito e beijar, tendo-a então a meu lado como companheira, na longa e poenta estrada da vida.

De uma coisa eu tenho certeza, quer te esteja vendo ou não, quer estejamos próximos ou que a distância de mundos (os mundos diferentes em que vivemos) nos separe...

Eu te amo! E te amarei sempre!

Francisco de Sousa Vieira Filho


FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p. 67.

ARTE: Luís Royo 

sexta-feira, 19 de março de 2010

A ILHA

A ILHA

            “Navegamos entre arquipélagos de certeza
             em meio a oceanos de incerteza.”
                                                          Edgar Morin

Qual o ancião que o triste vão tateia
E segue perambulando na penumbra
É o ente humano e antes que sucumba
Desvencilhar-se, deseja, dessa teia

Numa mão traz consigo fraco archote
A iluminar a escuridão em que imerso
Legado a que Prometeu fizera trote
Que é teu, é meu, e é nosso anverso

Pois que só diminuta porção por vez
Faz brotar conhecimento de seu lume
E esquece na negrura, na decrepidez

O que outrora se lhe era como cume
Assim fazendo transitemos na aridez
Tão pequenino frasco em tal perfume

Francisco de Sousa Vieira Filho

ARTE: fffound - 3677500647_2d04995a97_o

quarta-feira, 17 de março de 2010

RAISON D'ETRE


 RAISON D’ÊTRE

                        Ao modo de um
Friedrich Nietzsche

Diáfano labor o perquirir
Haja no passado de lutas
Nas franjas mais ocultas
Eco e sombras do porvir

Dar um sentido ao devir
A mais inútil das labutas
O favor com que insultas
A liberdade de ir e vir

Indícios do que não viste
À entropia queres crivar
Inexorável dedo em riste

Por fim resta só o sibilar
De exclamação mui triste
Que tal coisa nem existe!

Francisco de Sousa Vieira Filho

FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p. 15.

ARTEhttp://sampaints.com/2009/10/the-crow-procedure/

terça-feira, 16 de março de 2010

TERRA SANTA GUERRA SANTA


 TERRA SANTA GUERRA SANTA

“Homo res homine sacra.”
                Sêneca

Quem terá dado o primeiro tiro?
Aguda é a resposta que perquiro
Será dele a culpa desta guerra?
Não importa, o mutilado berra

Quem atirou a primeira pedra?
O pecador, de pronto, medra
O que não peca até que poderia
Justo por isso é que jamais faria

Se incoerentes vivem em guerra
Seduzidos por material encanto
A digladiar por território santo

Logo a luz ao véu negro desterra
E qual criança que chora se erra
Seres sagrados caem em pranto

Francisco de Sousa Vieira Filho


FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p. 68.

ARTE: http://guildwars2.si/galerija/comment-page-1/?album=3&gallery=2&nggpage=5&show=gallery&pid=110


domingo, 14 de março de 2010

O LETES DO ESQUECIMENTO



O LETES DO ESQUECIMENTO

Longe estou eu da certeza,
Eqüidistante está a pureza.
Prossigo eu a caminhar,
Por entre sonhos a vagar.
Pensamentos e colagens,
Estranhas paragens,
Tudo confusão!
Movo-me na impressão
Desse estranho guia
Que é a intuição...
Conversas com veladas vozes,
Ou mocos estarão meus ouvidos,
Que me traem feito algozes?!
Mas não esqueço os textos lidos!
E mesmo a trilha que assim percorro,
Parece-me previamente traçada,
Pois, quando à memória recorro,
Das letras, só vejo a imagem embaçada...
Que palavra por mais seca e direta
Não pode ser mostrada
Do Poeta a um poeta

Nessa estranha jornada?

 

Francisco de Sousa Vieira Filho

 

FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p. 34.

 

ARTE: http://t.sundaybyebye.net/post/108142982/picapixels-9050251-lg-jpg 

quinta-feira, 11 de março de 2010

FIAT LUX - MINOR



FIAT LUX - MINOR

Criar não é algo que surge
Do âmago é que regurgita
É como um apelo que urge
Acessos de um’alma aflita

É qual uma dor que refulge
Um nada, que do nada grita
Um reconhecer-se que ruge
O olhar que a si mesmo fita

E é carência que a si sacia
A transcrever em mímese
Ainda que só por hipótese
Aquilo que em si já se ia

O que for capaz de revirar
O que se nos haja de inato
E por fim é ainda o copiar
E refazer tudo num só ato

Francisco de Sousa Vieira Filho

FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p. 16.

ARTE: www.khomatech.com/images/commissioned/scorn/book.jpg 

quarta-feira, 10 de março de 2010

DA INCERTEZA


DA INCERTEZA

Se incerto é o terreno e o pisar não é seguro,
Se eu terei de passar por areia movediça,
Que me deixem morrer ao encarar tal liça
Pois que, então, ressurgirei bem mais maduro...
Sem trazer comigo arrependimento um,
Ou guardar no peito um remorso algum
De, com vigor, a alma não haver lutado
Que só causa arrependimento o que se faz
O que não se faz é revisto e remontado
Por uma vida inteira, ou até mais.

Francisco de Sousa Vieira Filho

FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p. 41.

ARTE: http://farm3.static.flickr.com - 2f3a5395d6.jpg

terça-feira, 9 de março de 2010

FILHA DE BACO

 
FILHA DE BACO
                                 
               ao Bardo Henrique Pimenta
              [pela inspiração de seu poivre]

Banqueteia-se a branca bacante
E entre as pernas suas sou cativo
Pois se no brilho de seus olhos vivo
Se me dominam elas num instante

Que pernas e quadris e que talante
Em meu corpo, a cair, fazendo iso
E de seus lábios um esboço, um meio-riso
Dela sou, pra onde vou, eis o meu guante

E de bom grado é que navego sua nau
Seja pro bem, meu bem, seja pro mal
Que somos um, favor algum, até o final

E se quer saber qual seja o gosto
Que tem seu beijo, e mesmo ao rosto
É puro mosto, creia, é puro mosto!

Francisco de Sousa Vieira Filho

ARTE: http://25.media.tumblr.com/tumblr_ky5hy8I1tL1qzzhs8o1_500.jpg

"a poesia não é menos bela
 Que a foto e a menina nela"