O que te nesse sito sigo
quinta-feira, 1 de abril de 2010
SÓ...
SÓ...
Se de um lobo só lhe dou
Solidão que seca a alma
Sem pensar que aqui estou
Só lhe dão o que quiserem
As palavras que da palma
Solidão é o que te inferem
E aqui sem a menor calma
Só lidar com o que te ferem
Que de ti não necessito
Nesse cito é que persigo
O que te nesse sito sigo
O que te nesse sito sigo
É que só, melhor Eu Sou
Solitário estar comigo?!
Se contigo, eu só estou...
Solitário é que me vou!
Francisco de Sousa Vieira Filho
ARTE: image.obsessionart.com/images/products/IgorVasiliadis_004_XL.jpg
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26 comentários:
↓
Só li, tá! Rio...
Só letras bonitas
desenham palavras poéticas!
Só lhe dão
So):dão...
Veja lá no: http://po--etica.blogspot.com
meu poema visual.
abTraços!
:)
Cara, eu fico pasmado, boquiaberto, estagnado... Como é que tu consegue jogar assim com as palavras? Isso é alguma técnica né?
Ô Francisco, sei que tu é um cara ocupado, mas, se não for pedir muito, gostaria que tu desse uma passada lá no Nota Preta, tenho um presentinho pra ti, tá?
Um abraço!
Você é muito bom com as palavras, Franciso! Belo jogo!
Beijos
Bom dia.
Belo poema.
Passando para dar uma olhada nas novidades.
Perdoe a minha ausência, mas estou sem computador e só vou poder comprar outro sei lá quando.
FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... passando para desejar um bom feriado.
Saudações Educacionais !
Francisco, a solidão é nosso núcleo, estejamos com outros ou não. O jogo de palavras está ótimo. Belo poema!
Oi, Tonho, só conheci o 6vqcoisa, este é tão genial quanto... seguindo lá...
abTraços!
P.S.: achei genial a criação que fez pra queridíssima Lara... perceber um palíndromo com o nome dela... ficou genial!!!
Nada, não é técnica é como um jogo... e precisei de outros pra me dizerem que era [pois quase sempre eu já ganhava]... você brinca com as palavras... a princípio, briga com elas... e com a prática, [com o tempo] vai fazendo o jogo delas... e assim que segue por hora... e tão-logo que vira o jogo já é você a brincar com elas... e são elas a dançarem entre teus dedos... já não mais como se pegos... na trama-teia que dela outrora era quimera... :)
Como Henry Ford, não acredito em dons... dos dons, ele dizia: "são resultado do trabalho árduo procedido nas diversas vidas."
Forte abraço, Léo! :D
P.S.: fiquei muito honrado por ter me lembrado... espero fazer jus... um forte abraço, meu amigo!
Valeu, Lou! Beijão, menina! ;)
Oi, Silvana, seguindo lá os dois já... beijão, menina! ;) Que os problemas tecnológicos se revolvam o quanto antes e que tão-logo voltes a estes espaços cá...
;)
Tocaste no cerne da ferida, Ana... também creio...
Falava disso em específico no Experimento...
[http://seth-hades.blogspot.com/2010/03/experimento_07.html]
EXPERIMENTO
Amar é qual o mar
Que de tanto se dar
Soa meio egoísta
Por vezes não basta - ah, mar,
Inda que sem fim,
Se tudo nele desemboca.
E bem mais que à boca
Não basta ter...
Quer-se abocanhar,
Possuir, estar...
Se quer mergulhar,
Se quer fagocitar,
E também se quer afago,
Onde não dá pra alcançar
[Um sequer...]
E fugir deste lugar incomunicável
De nós
Encarcerados no eu-só...
[E não-tão-facilmente-desatáveis]
Penso, há de haver sempre solidão,
Enquanto a linguagem
Do corpo, do coração, da alma,
Da boca, da voz e do que seja
Não possibilitar transmitir
O pensamento puro...
Melhor, o sentimento puro,
Puro feeling...
Ah, amar,
Nem tanto ao mar
Mas por que tão terra?
Francisco de Sousa Vieira Filho
:D
Pensei logo no Lobo das Estepes, de Hesse. E no homem é o lobo do homem, de Hobbes. Mas estamos falando do homem dainte de sua finitude. Uma solidão existencial. Companhia nenhuma sacia a minha fome de comunhão humana & transcendental, divina, essencial.
Um poema rico, portanto, Francisco. Leva-nos além de nós.
Grande abraço.
O ser humano sempre tem um pouco desta parte solitária, que se perde em um vazio que necessita estar , e as palavras demonstram tanto!
Um abraço Francisco
Exquisita e recurrente levedad, Francisco. Eu acho que um poeta como Ausonio gostaría de prosear com vc, os vejo próximos nessa fluidez combinatoria.A-brasa.
Oi, José Carlos, tudo bem? Também percebo exato assim essa necessidade que temos do outro ['somos seres do encontro', diria em melhor palavra um Nietzsche]... há, de fato, uma ânsia por superar essa solidão, mas - no fim - mesmo no encontro, algo de solidão persiste... há sempre uma barreira indefida [indefinível]... dentro cá, daquilo que chamamos consciência [seja lá como chamemos] o outro não se achega, senão o que sobra das idéias sob a criptografia de suas palavras que as ocultam como se um véu... aqui... aqui dentro... somos sós... e é essa a ânsia de transpor... quebrantar a solidão fatal... nascemos sós e sós morremos... desta solidão ouso falar em EXPERIMENTO, mas aqui falo de outra, daquela menor, da solidão homem-mulher, da solidão resultante da primeira, da não-compreensão do outro com quem se presume possamos compartilhar algo além... feelings... :/
Forte abraço, Juliana! ;) Que vençamos as solidões, todas elas... e preenchamos os vazios... Beijo!
Oi, Lisardagnacio, tudo bem? :D Não conheço Ausionio, mas confio em tua percepção... forte abraço! ;)
adoro essa alquimia que faz com as palavras, tornando-as bailarinas longe de estarem solitárias...
de uma delicadeza absoluta...
beijo carinhoso
A Clarice Lispector disse, na famosa entrevista que ela deu, que o ser humano é solitário. Todo ser humano. Eu discordo. Acho que, em alguma medida, todos somos sozinhos - estamos sozinhos todo o tempo. Mas estar sozinho e estar solitário são coisas diferentes, na minha opinião.
Beijo.
Franscisco,
Surpreendente, claro que não por vir de você( isso não é surpresa),mas pela carga de intensidade e beleza que senti ao ler esse belo poema.
Com certeza, meu amigo, por vezes a melhor escolha é estar só.
Grande beijo.
Beijão, Solange! Dancemos todos na alquimia da vida e da poesia... ;)
Oi, minha cara J., forçoso é concordar... bem melhor a adequação das palavras... sozinhos somos todos; solitários, não... falava há pouco com o José Carlos: aqui dentro... somos sós... e é essa a ânsia de transpor... quebrantar a solidão fatal... nascemos sós e sós morremos... ;)
Oi, Ianê, tudo bem? Muito obrigado, menina. Pra fazer uso de mesmas palavras: elogios tais vindos de você me tocam mais... Beijo, menina!
elogios tais
vindos de você
me tocam mais
Isso vira até um arremedo de haicai rs...
Beijo, Ianê!
:)
P.S.: um segredinho na referência à Eu Sou
É que só, melhor Eu Sou
Eu Sou é como Jesus - e alguns iniciados - se referiam a Deus em certas ocasiões, fazendo remição ao verbo SER no presente, pois só o presente é eterno, sinal de que o Criador não foi, nem será, Ele É [Eu Sou]...
Quando digo:
É que só, melhor Eu Sou
Não faço uma referência a que seja melhor estar só, ou que o Eu-Lírico esteja melhor só, mas que melhor só com Deus, que mal-acompanhado... :D
Viagem!!!! rs...
Nesse cito - uau!
Fez pensar bem poderia ser "sito" após o nesse e ficaria tão mais bela a referência à necessidade [aqui e agora e não apenas na citação]... :D
Forte abraço, Henrique!
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