The Lair of Seth-Hades: ANJO DE MIM
Arte: Meats Meier - http://beinart.org/artists/meats-meier/gallery/meats-meier-2.jpg

Presente do amigo Zorbba Baependi Igreja - artista plástico, poeta e um dos idealizadores da Revista Trimera de Letras e do Projeto Academia Onírica [poesia tarja preta].

LIRA ANTIGA BARDO TRISTE & LIRA NOVA BARDO TARDO

Galera, estou pondo uma conta PagSeguro à disposição, para quem [assumindo o risco por sua própria alma] tenha interesse em adquirir um de meus livros [Lira Antiga Bardo Triste ou Lira Nova Bardo Tardo]. O custo de cada exemplar é de R$ 10,00 + R$ 5,00 de frete. Valeu! :D

P.S.: a PagSeguro não fornece um sistema de cadastro de vários produtos, de modo que, quem efetue a compra, deve me enviar um e-mail [iarcovich@hotmail.com], ou mesmo me deixar 'comment' aqui mesmo num dos 'posts', dizendo qual exemplar deseja receber. Por hora, a forma de pagamento disponível é apenas a de boleto bancário. Amanhã já liberam pra cartão. ;)

Pag Seguro - compra dos livros

Carrinho de Compras

segunda-feira, 1 de março de 2010

ANJO DE MIM

 
ANJO DE MIM

Quando o anjo cândido se distou de mim 
Qual se sua simples ida me houvesse privado 
Da própria vida, o frágil coração dilacerado 
A dizer-me: tempo faz que ando triste assim... 
Sem a doce palavra que minha’alma alimenta 
O suave fragor de tão ansiosa tormenta 
De envolvê-la, o corpo frágil, em meus abraços 
Tão poucas vezes, quão fugazes os percalços 
Sem o perfumoso aroma de sua pele nua 
Que de cálidos sonhos povoa a alma inculta 
Faz sofrer de querê-la e de querê-la inda não posso 
Que por mais extenuantes sejam meus esforços 
Não consegue mais calar ao peito a dor pungente 
Tampouco, subjugar-me a alma inerte e sofredora 
Que só peço a Deus que tão logo me socorra 
Possa eu provar de novo uma tão desejosa companhia  
E acalentar-me em seus alentos, na sequiosa porfia 
De pousar a sofrida cabeça uma vez ainda 
Em seu cálido seio acolhedor

Francisco de Sousa Vieira Filho.

FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p. 12.

ARTE: Andrew Gonzales - Unyo Mystica

27 comentários:

Silvia Masc disse...

Os anjos merecem ter poetas, falando de forma dão intensa e bela.
Me emocionou. #prontofalei.

beijinho

BAR DO BARDO disse...

A eterna busca pelo eu-mesmo que se traveste em asas d'anjo.

Nada mais egoísta que a alteridade, pois!

Gostei do poema - bastantão!

Abraço, véi!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Caraca, acertou na mosca, Henrique... Forte abraço! :)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Esta a intenção... quando se concretiza, tanto melhor então... Valeu, Silvia, forte abraço!

Anônimo disse...

Que lindo guardião de poesia.

Adorei.

Beijos.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Valeu, Lara. Beijão! ;)

Léo Santos disse...

Onde aprendeste assim a ser lírico? De onde trazes trovadorismo tão épico? D'além mar? Minha nossa senhora do céu quanta erudição!

Um abraço!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Valeu, Léo... certas coisas não se aprende, se traz consigo (de vidas passadas, talvez)... [embora haja as que se aprendem rs...] brincando...

Forte abraço e valeu pela visita!

:)

Marcelo Novaes disse...

Francisco,



Certos disfarces fazem o anjo parecer até acessível. Se fora, o poeta não se amofinaria tanto com isso.





Abração.

Adriana Godoy disse...

Uma bela metáfora para um reencontro com você mesmo. Um poema se faz e um anjo requer um colo onde deitar seus desalentos. Também gostei bastantão. Bj

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Bem preciso, Adriana... o legal foi personificar esse anjo interior de uma figura feminina - dando um tom dúbio, ora de uma perda amorosa, ora de uma perda íntima [interior]...

Bjão!

;)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

O anjo seria meio que a máscara ausente, Marcelo... talvez não haja como não se amofinar com isso... :D

Forte abraço!

Vinícius Paes disse...

O anjo teu que a ti volta. talvez tenha esquecido as asas, ou por medo de voar.
Um poema fantástico. Dá gosto de ler, diversas vezes. quisera eu, saber escrever desta forma. Mui belo.

abraço.

Anônimo disse...

hoje os anjos me cercaram
fizeram de mim instrumento do seu querer.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Obrigado, Vinícius, seja bem-vindo por cá... :)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Quiçá pudéssemos seguir [sem tanto recalcitrar ante os aguilhões] querer similar ao deles...

Forte abraço, Mateus...

Lembrando cá, outro dia mesmo disse e me dava conta, o contato com quem lê, saber suas impressões, interpretações, o sentir que um texto meu lhes causa, é isso que vale e enriquece... nos dá a real e precisa expressão de que a arte, ao se concretizar [para além das idéias], já não é mais nossa, já não nos pertence - pior: não pertence a ninguém, tem vida própria...

Milene Lima disse...

A mim muito me honra poder compartilhar da beleza de tuas poesias. Hoje fiquei especialmente emocionada...

Obrigada!

Beijinhos e te cuida.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Eu é que agradeço, Pétala, forte abraço! :)

Hotel Crônica disse...

Lindo...
Boa sorte na busca por seu anjo.
Por mais complexa que seja essa busca, é, afinal, nossa causa de viver, nos descobrir.

Grande abraço do blog Hotel Crônica

Dinkin disse...

Por mais árdua que seja essa busca, nunca devemos desistir!

O que me encanta mais é o poder que os poetas têm para envolver o leitor do ínicio ao fim.

Já li alguns trechos do seu livro.
Na cabeça vem sempre várias interjeições que suas poesias são capazes de nos arrancar.

=)

Beijos!

P.S: Algumas pessoas já tiveram a mesma dificuldade para achar o balãozinho pra deixar comentário...kkkkkkkkkkkk

Agora já sabe!
;)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Valeu, H. Crônica, é aquela coisa: fosse fácil todo mundo conseguia e ninguém dava lá muito valor rs... brincando... forte abraço!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

So, I´ll never gave up... :D

Quisera colocar também interrogações além de arrancar interjeições rs...

Bjaum, Dina! ;)

nydia bonetti disse...

Nossos anjos de nós jamais se afastam... Nós, é que cegos, não podemos vê-los. Gosto muito do tom da tua poesia, Francisco. Também me sinto alma antiga (destinada a viver no exílio hodierno). :) Abraço!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Nydia, é engraçado o quão comum é as pessoas [e nós inclusos nisto, claro] sentirem saudades de não-sei-onde, sentirem falta de não-sei-quem... somos seres do encontro, óbvio... uma criança recém-nascida, sozinha, não tem capacidade de sobrevivência alguma... aliás, só adquire boa parte de sua "humanidade", ouvindo as vozes dos pais, aprendendo do mundo-humano-criado paulatinamente - enfim, precisamos do outro em diversos níveis... mas outra coisa é esse saudosismo que transborda, essa sensação de não-pertencimento ao aqui e ao agora... saudade de lugares que não vimos, de épocas em que não vivemos [ou que pelo menos julgamos não termos visto ou vivido... provável por termos bebido das águas do letes antes de tornarmos cá] :D Viajei demais rs...

Beijão, Nydia!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

P.S.: ah, só a deixa... e acaso reecontrar-se [se daria em momento diverso ou] seria algo diverso de encontrar-se com o outro, com o par, aquela a quem se deseja, quer e ama? - pra se pensar... dos sentidos, valem os dois... :D

Lisarda disse...

Pleno e intimista. Me faz lembrar do clima de Dante na "Vida nova". Quém sabe, quizás seja certo isso que vc dice de as vidas passadas...
Do corpo amado, o perfume vira relíquia no tempo.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Seria um sonho, cara Lisarda, e mais justo até... o contraponto é, qual nos diria Sócrates, acerca do criminoso que vê no vazio e no fim [definitivo], no noumênico nada, um prêmio... ele, que cometera crimes e toda a sorte de atrocidades, teria o mesmo fim que o bom e o justo... seria estranho, não?! Faria deste nosso viver por cá, qualquer direcionamento que tomemos na vida, algo sem muito sentido...