A Ludwig Wittgenstein
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
PLURISSIGNIFICAÇÕES PLURISSIGNIFICANTES
PLURISSIGNIFICAÇÕES
PLURISSIGNIFICANTES
A Ludwig Wittgenstein
Faz escorrer nos escombros destes cinzéis
O que pareceria seja morta a muda língua
No borbulhar de tinta bruta, os mil pincéis
De uns cem mil signos plurissignificantes
Num entorno louco de verborragia frágil
E já nem se diga o que é que fora dantes
Molda em pedra o cárcere pedregoso chão
E faz com que do espelho na parede eflua
De tais palavras, inda que a menor noção
Francisco de Sousa Vieira Filho
FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p.69.
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experimental,
quarteto
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14 comentários:
Obrigada por passar por lá e deixar aquelas palavras...
beijos e cuide-se bem sempre!!!
Zero stress... Via de regra somos conservadores, tememos a mudança, esquecendo que [parece] tudo muda a todo instante... encarar a mudança de frente é uma saída, sobretudo quando se sabe o que se quer... ;)
Bjaum! E se cuide também...
:)
não sei explicar bem o que sinto uma mistura de luz com escuridão
simbolismo meio parnasianista
Francisco,
Por n razões, considero este "o tema": plurissignificação/ incomunicabilidade. A palavra, tantas vezes, encontra o muro. Reverbera pra dentro, amplificada/ mitificada. As vezes alcança o outro, lateralmente. Enviesada.
Estilo "quase-gongórico", o teu...
Abração.
agora sou eu que cá estou, espiando... ;)
Obrigada pelas visitas e gentis comentários.
Beijos
Pega pesado na dedicatória... Mineralóides se ressignificam aqui...
Oi, Mateus, como vai?! Cara, confesso não curto muito rótulos não; mas - é como diz o Henrique - se me chamar de parnasiano, neo ou algo que o valha, me sinto lisonjeado... não sei de um com o rótulo [de parnasiano] que não seja bom poeta... até Manuel Bandeira, que foi crítico da forma [precursor do modernismo], "pagava maomé" pro Castro Alves... so... :)
Pra confessar mesmo, sou meio escravo da forma, da fôrma, até nos versos soltos me vejo rimando kkkk... metrificar já seria fuleragem rs...
Francisco, gosto muito da sua escrita. Tocante e expressiva. Bj
Hail, Marcelo, beleza?! Suo professor de Filosofia e - por predileção - mais na linha Socrático-Platônica. Fiz o poema justo pra trabalhar [e brincar] em sala o "Tractatus Logicus Filosoficus" do Wittgenstein... Ele dizia que não há verdade fora da matemática; que a realidade não é passível de ser percebida em inteireza, senão com o anteparo [espelho] da linguagem... e que a única linguagem pura, incapaz de falsear aquilo que o comunicante quis transmitir e perfeitamente decodificável [sem falhas] no outro pólo do feedback... Temas mais interessantes há pouquíssimos... Já escrevi vários textos sobre, devo ter postado um ou dois lá no começinho do blog [depois te repasso os links]; mas - confesso - fico maravilhado quando alguém interpreta um texto [e mais ainda] um poema meu na exata forma e medida daquilo que quis expressar... :)
Oi, Lou, me sinto honrado com cada espidela... bjaum! ;)
Salve, Henrique, tudo bem? Já te disse antes tenho reservas quanto a arte pela arte, mas permitir-se alguma liberdade vez em quando, brincar com as palavras, olvidar a mensagem ou a significação [ou alguma mais explícita] é exercício que só deleita a quem pratica... :)
Lai, vou despir, viu?! rs...
Intenso, me veio a palavra complexo em mente, mas não, rebuscado cabe melhor.
Resp: Durante um longo período, antes de virar homem, rs, fui GM de gurps.
Abraços.
Hail, Wesley, blz?! Este foi propositalmente [rebuscado]... há de encontrar outros menos exagerados por cá... :)
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