The Lair of Seth-Hades: VENDETTA
Arte: Meats Meier - http://beinart.org/artists/meats-meier/gallery/meats-meier-2.jpg

Presente do amigo Zorbba Baependi Igreja - artista plástico, poeta e um dos idealizadores da Revista Trimera de Letras e do Projeto Academia Onírica [poesia tarja preta].

LIRA ANTIGA BARDO TRISTE & LIRA NOVA BARDO TARDO

Galera, estou pondo uma conta PagSeguro à disposição, para quem [assumindo o risco por sua própria alma] tenha interesse em adquirir um de meus livros [Lira Antiga Bardo Triste ou Lira Nova Bardo Tardo]. O custo de cada exemplar é de R$ 10,00 + R$ 5,00 de frete. Valeu! :D

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Pag Seguro - compra dos livros

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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

VENDETTA




VENDETTA 
(a Felicidade de Goethe e a dor de Ihering)

                   I 
Não chores por ter sido tu 
Por outrem, calcado aos pés 
Outro dia ainda nasceste nu 
E isso não te foi por revés 

Se te tiram hoje tudo o que tens 
Os que julgam fazer-te o mal 
Não angariam sequer vinténs 
Do maior bem celestial

Mal maior a si mesmos fazem 
Lutando por tesouros desta terra 
E bem longe do Tesouro jazem

De nada adianta toda luta e toda guerra 
Se em todo mal que perfazem 
Tamanha tristeza encerra 

                          II 
É com o esvoaçar das pétalas da rosa 
Que se percebe ali todos os males 
Não estando enxertos na fibra aquosa 
De que nos falava um certo Tales 

O mal revela suma ignorância 
Sendo a vida a doce infância 
Desses seres de essência imortal 
Encerrada num corpo simial 

Desperta, ó criança, sem temor: 
Nasceste pra saber que um dia perderás 
Tudo a que nesta vida te apegas e dás valor 

Morreste pra saber que vives em fulgor 
E o Tesouro da Verdade cultivarás 
Sem de novo sentir fome, frio ou dor

Francisco de Sousa Vieira Filho

FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p.17 e 18.

ARTE: http://fc02.deviantart.net/fs71/f/2010/022/a/4/V_For_Vendetta_by_Animixter.jpg 

22 comentários:

Chili_Blond disse...

Adoreiiii *-* lindo ! lindo !

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Valeu, Chili... "241543903" pra esfriar a cabeça rs... Bjaum! :)

Anônimo disse...

faz pensar sobre nossa condição aqui na Terra.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Mateus, meio-místico e em favor de resignação quase beata, fulcrada na imortalidade da alma... :)

Felina Mulher disse...

Vc é Feraaa!!!
o profile do orkut:http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=975602786273703739

beijos.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Obrigado, Felina, tá 'ADD'... ;)

Marcelo Novaes disse...

Francisco,




Apelo à transcendência em clássica moldura/ formatação.



Quase-beato? Não.

Sensato.




Abraços.

marinaCqm disse...

Poxa!

Muito pesado e, também, muito bonito.

"Mal maior a si mesmos fazem"
E, sempre, o mal revela a sua
enorme ignorância.

Concordo em tudo.

Obrigada por comentar
em meu blog e já estou lhe seguindo!!!

Abração!

nina rizzi disse...

Francico, quantas referências, tá até parecendo ellenismos, mas de um modo mais... lado negro, por assim dizer. adoro mitos, vendetta (mais HQ que filme). enfim, gosto daqui.

um beijo.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Marcelo, tudo bem?
É que em nome da transcendência [e talvez do tema] maculei um pouco a forma... por vezes sinto fica meio piegas, discurso apaixonado demais... :)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Marina, tudo bem? Seja bem-vinda! Penso haja algo como que uma ação e reação em campo moral... o revés pode demorar, pode ser nem vejamos, mas quem mal agiu, mal terá... não que isto soe como uma vingança, é algo que retorna, é natural, como quem dando um soco na parede sente a força co-respectiva - o vingar-se do texto é que seria atar-se ao ciclo, recebendo o mal querer pagar com o mal [mal maior a si mesmo faz, quem mal faz]... Ou, como já diria alguém mais sábio: "a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória"... eu diria: "pode plantar limão, mas não vai colher maçãs, nem mangas, nem cajus, vão-te os limões mesmo!" rs...
Beijão e mais uma vez sinta-se em casa...

Ava disse...

Boa tarde, moço!

Bem, seria leviana, se apenas a uma primeira lida, emitisse minha opinão...rs

O poema é de uma profundidade que chega a doer...
E bem ilustra a frase: "De nada adianta toda luta e toda guerra Se em mal que perfazem Tamamha tristeza encerra.."

Muito forte...

Estive lendo as postagens antigas, um poeta inspiradíssimo!

Já estou te per-seguindo...rs

Voltarei mais vezes para uma lenta degustação...


Beijos!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Nina, as referências em seu Ellenismos foram justo as características que mais me atraíram... o VENDETTA aqui é como se alguém sábio como o Cristo ou Sócrates ou Gandhi ou Mandre Tereza, etc exorcizasse quem queira, tendo sofrido com o mal, pagar com igual moeda; mostrando que o mal a si se paga [e mais mal sofre quem ele pratica]...
Lembro de um texto infantil que um amigo me repassou. Dizia de uma criança que havia brigado na escola e estava com muita raiva do coleguinha com quem tinha tido o entrevero. O pai, muito sábio, esvaziando uma saca de carvão, manda o menino jogue cada pedaço num branco lençol que a mãe pusera no varal. Atirando os pedaços de longe, que leves desviavam pelo vento, poucos encontravam no lençol seu alvo. Terminado o dia, o pai mostrava ao menino que ele estava mais sujo que o lençol e que - exatamente assim - era como se dava quando se deseja o mal para alguém [você pode até acertar, mas a quem você primeiro acerta é você mesmo]...
Noutras palavras, li em algum lugar algo assim: zangar-se com alguém, ter raiva, desejar-lhe o mal, seria como tomar veneno e esperar que o outro morra... rs... :)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Ava, bem-vinda!

À primeira leitura - posso atestar - já captou a idéia... [sem condescendência, nem leviandade...] rs... ah, o tema casa bem com o "minhas vidas" [e com a idéia de pluralidade delas...]

Segues cá?! Já sigo lá! :)

Um forte abraço! E mais uma vez fique à vontade neste cantinho, que é nosso...

;)

P.S.: é este diálogo cá, dos comentários, que mais torna frutífera a idéia de compartilhar pensamentos, textos, poesias, etc... Bjão! ;)

Lou Vilela disse...

e eu costumo dizer: abacaxi não vira uva. rs

texto bem construído, reflexivo...

Abraços, meu caro!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Abacaxi não vira uva é boa rs... bjão, Lu! ;)

Anônimo disse...

Nossa, isso é uma vingança do criador, ou uma birra da criatura?
De qualquer modo, mandou bem!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Penso seja lei cósmica universal rs...

Bjaum, Walkyria, seja bem-vinda...

;)

Hotel Crônica disse...

Seu blog é o máximo.
Estou sem tempo agora, portanto li pouca coisa, mas em breve lerei com mais calma...

abraço de quebrar a costela.

BAR DO BARDO disse...

Você vai longe, e rápido, por vezes. Não acompanho direito. Mas não espere por mim.

Abraço!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Valeu, Hotel Crônica, seja bem-vindo! ;)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Ihhh são textos do livro, Henrique, nem de longe acompanho seu ritmo - é quase um poema novo dia [isto pra não falar da qualidade...]
Forte abraço, hombre!