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P.S.: esta também não deixa de ser uma proposta tendenciosa; aquele que administra este blog, ao postar textos em sentidos tais ou quais, indubitavelmente também espera algo de você... Então cuidado: ora et lavore...
Homo res homine sacra. Noli foras ire, redi ad ti ipsum. In interiori homine habitat veritas. Nosce te ipsum - Gnothi seauton. Veritas lux est. In eo vivimur, movemur et sumus. Nisi credideritis, non intelligentis. In'lak ech.
À guisa de explicações quanto ao título do blog...
Seth era tido como o deus dos estrangeiros, no Egito Antigo. Paulatinamente, sob a óptica dos seguidores das divindades reinantes então, assim tomado como deus do mal... também fora alcunhado como o deus egípcio da violência e da desordem, da traição, do ciúme, da inveja, do deserto, da tempestade, da guerra, dos animais e, sobretudo, das serpentes. Seria a encarnação do espírito do mal e irmão de Osíris... traído por sua irmã-esposa Néftis com seu irmão Osíris, confabula sua vingança, almejando a coroa do irmão, e, por fim, consegue matá-lo; sendo mais tarde, porém, assassinado por seu sobrinho Hórus (filho de Osíris e Ísis, de quem se diz seja a reencarnação do próprio pai)... por isso, também tido como o maior defensor dos oprimidos e injustiçados... A história do longo conflito entre Seth e Hórus é vista por alguns como uma representação de uma grande batalha entre cultos no Egito, no desfecho da qual o culto vencedor teria transformado o deus do culto inimigo em deus do mal. Seth é, na verdade, a representação do supremo sacrifício em prol da justiça.
Hades, por sua vez, era, na Grécia Antiga, o deus do submundo e das riquezas dos mortos e sob a terra; guardião de todo o Hades, termo usado para designar tanto o deus como o reino onde exerce seu poder e mando. Seus domínios abrangiam todo o plano espiritual mitológico, por assim dizer, desde os Elíseos (paraíso) até o Tártaro (inferno); por vezes, também tido, sob o nosso olhar de hoje, como deus do mal, bem como seu reino erroneamente cognominado inferno (estranho, uma vez que abrangeria também o paraíso – Campos Elíseos)... Segundo a lenda, o poder de Hades, Zeus e Poseidon era equivalente. Mas Hades era um deus de poucas palavras e seu nome inspirava tanto medo que as pessoas procuravam não o pronunciar. Era descrito como austero e impiedoso, insensível a preces ou sacrifícios, intimidativo e distante. Invocava-se Hades geralmente por meio de eufemismos, como Clímeno (o Ilustre) ou Eubuleu (o que dá bons conselhos). Seu nome significa, em grego, o Invisível, e era geralmente representado com o elmo mágico que lhe dava essa habilidade, que ele ganhou dos ciclopes quando participou (ao lado de Zeus) da guerra contra os titãs (liderados por Cronos). No fim da luta contra os titãs, vencidos os adversários, Zeus, Poseidon e Hades partilharam entre si o universo, Zeus ficou com o céu e a terra, Poseidon ficou com os mares e Hades tornou-se o deus do submundo e das riquezas. Era também conhecido como o Hospitaleiro, pois sempre havia lugar para mais uma alma no seu reino. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, Hades não é o deus da morte, mas sim do pós-morte.
Feitas estas considerações, saiba o viajante-amigo, este é um lugar de desgarrados, um lugar de acolhida, daqueles que são rechaçados pela simples pecha da diferença, quando normalidade – sabido é – constitui a mais treda ilusão... acomode-se, viajor cansado... liberte-se do pó e da vertigem da jornada... e se permita, então, palmilhar cada canto e perder-se nos profundos meandros e sinuosidades do covil... conforto não há em suas paredes, com sombras e profundezas sutis, mas há tesouros em seus caminhos e sincera é a sua acolhida... pão humilde de uma arte menor e água sincera da boa amizade te são ofertados a mancheias... As portas da covil de Seth-Hades estão abertas...
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