sábado, 26 de março de 2011
A.TRAVE.SE.ÍA DE MIM
A.TRAVE.SE.ÍA DE MIM
Consultei meu atraso de mim,
Nos ossos,
Nus dias,
A saber bem sou assim,
Exato,
Como me medias;
Se dos medos que, um tanto,
Cultivei, hoje sei,
Que um dia hei...
Fez-se, em mim, esta lição:
De que desperto, vivo,
Nas lutas de que são feitos
Os dias
E inda mais vivo
Torno
Estou sempre noutra margem
À margear o que sou
- Inatingível -
Distante
De mim,
De tudo,
E do mundo;
Fitando - crédulo –
O triste rio
Em que me rio de mim...
Infindo rio,
Que ninguém ousa
Atravessar...
Pois que é trave e entrave
No olho do outro
O cisco no seu.
Francisco de Sousa Vieira Filho
FOTO: http://yayeveryday.com/post/9676.jpg
Marcadores:
experimental,
intimista
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14 comentários:
Oi, Chico...
É um sentimento tão "distante"... E diz tanto, meu amigo. Sinto, ao ler tua poesia, a "lonjura" em que me encontro de mim. As coisas estão tão distantes umas das outras que a travessia se mostra tão cansativa, porém, necessária, não é mesmo?!
Muitos beijinhos, meu tão querido.
.
.
. entre.mim.e.eu .
.
. entre.o.que.sou.e.quem.sou .
.
. a analepse é uma constante . e propulsora da mudança .
.
. abraço .
.
.
Olá meu caro, bem profundo o poema...Feliz estou em te visitar novamente. Grande abraço.
é incrível teu brincar com as palavras, são tão maleáveis a ti escrevedor!
obgada pelo carinho lá nos Brejos.
Bjos querido
Boa noite, meu caro.
Como sempre, textos que se resumem em obras de arte. Trocadilhos incrivelmente criativos.
A busca pelo "ser", ou talvez pelo "não ser", sempre será algo eterno na humanidade. E talvez por isso ela seja tão mutável.
Muito bom.
Oi, Srta Raposinha! :D
Lonjura que com.jura feitiço a nos aproximar de quem somos...
Beijos mil, menina sumida! ;)
Oi, Paulo [intemporal], blz?!
Um só é o desejo da alma que só quer que a si adntre, talvez aí o eu se perca e se encontre, porque - já disseram os mais sábios - "é preciso se perder pra se encontrar"...
p.s.: a releitura dos amigos aqui no blog sempre me faz melhor divisar as coisas...
Forte abraço, Paulo!
Oi, Úrsula, bom é saber que tornas cá... um forte abraço! ;)
Andei ausente, Rita, mas vou voltando, aos pouquinhos... aos brejos e às almas agrestes, mas cheias de cor e vida a dar...
Forte abraço, menina! ;)
Também creio, a mudança parece ser mesmo imutável...
Forte abraço, Medeiros Alencar! :)
Ótimo poema!
Comentei no Gato da Odete.
Beijo.
Bjus mil, Cara Lara! ;)
esse é muito belo.
e o final é genial.
bjbjbj
Bjaum, Flá! Seja bem-vinda no meu cantinho cá... Xêro! ;)
P.S.: tow me deliciando com teu livro...
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