The Lair of Seth-Hades: SONETOS À [IN]FINITUDE DO ENTE E DA ESSÊNCIA
Arte: Meats Meier - http://beinart.org/artists/meats-meier/gallery/meats-meier-2.jpg

Presente do amigo Zorbba Baependi Igreja - artista plástico, poeta e um dos idealizadores da Revista Trimera de Letras e do Projeto Academia Onírica [poesia tarja preta].

LIRA ANTIGA BARDO TRISTE & LIRA NOVA BARDO TARDO

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quinta-feira, 4 de março de 2010

SONETOS À [IN]FINITUDE DO ENTE E DA ESSÊNCIA


VIDA, EFÊMERA VELA?!
VELA, EFÊMERA VIDA!!
                    
                         I
Todos os dias eu a vejo queimar
Tranqüila qual a mansidão do mar
Mas, em tempestade, também grita
Por supor que um dia findará aflita

E quem dela vê os detalhes amiúde
Bem sabe, longe repousa a quietude
Seu cerne, o cordão neural, queima
A cera que o reveste derrete, teima

Será a vida qual efêmera vela?
Tola indagação que a razão insulta?
Ou triste a realidade que revela?

Se abismal é a analogia vela-vida
E dialética tal aproximação inculta
Pouco se terá perdido nesta lida.

Francisco de Sousa Vieira Filho
___________________________________________

TRAJETÓRIA D'ALMA

A Vida se esvai qual água por entre os dedos
E como a água Ela também não se finda
Somente transmuta, escorre e escapa ainda
Que estejam colados os dedos qual sê-los

E é do tabernáculo das mãos em concha
Que Ela foge e escorre por outros lugares
Peregrina em distantes terras esta monja
Para encarcerar-se então em outros lares

Se é só ao fim da longa trilha da evolução
Que se perfaz concreta tão maior unidade
Entoa o maestro os gestos finais da canção

Quando a gota adentra ao oceano em União
É que terá real noção de que seja Verdade
Que se há algo que um dia finda é a saudade.

Francisco de Sousa Vieira Filho
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SUBLIME CLARIDADE

Clamamos à mais alta Claridade
Que nos lance derradeiro estertor
Se nos descortine toda a Verdade
Pela força e fé no Supremo Amor

Que Saibamos ser mais que húmus
O Fulgor que jaz em cada homem
Sendo a Centelha mais que fumus
Mais que dor pela qual nos tomem

Até a simples réstia que faça jorrar
Do alto da Montanha, lá da Crista
É-nos imensa fonte e infinito mar

Ensina-nos a palmilhar a tua Pista
Encerrada no tênue brilho do olhar
Além de onde pousa a humana vista.

Francisco de Sousa Vieira Filho
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FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. pp. 49, 57, 60.

ARTE:  http://www.qualified-lifecoach.com/images/1DeviantArt.jpg


19 comentários:

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Francisco. Vim retribuir sua visita ao Arca e tentar me posicionar quanto a algumas questões que aborda. Quanto a minha religião, está no meu perfil. Sou Espírita e esta religião, vem do coração, da forma como você brilhantemente aborda em seu comentário. O Espiritismo não exige cultos, paramentos, velas, flores, dízimos etc. É estudo, contato direto com Deus, sem intermediários, através de orações espontâneas, vindas do coração. Por isso me consquistou. Acreditamos na continuação da vida e comprovamos a comunicação com os Espíritos. Quanto à morte, você tem razão. Não fomos criados e educados para sequer abordarmos este assunto. Para nós Espíritas, a morte não exites.
A morte não existe. A vida continua nos dois planos. A morte é um parto, um renascimento, é uma transição entre dois atos do destino, dos quais um acaba e o outro se prepara.
A morte não existe. “Não podemos morrer porque já fomos criados para viver sempre ... A morte é como uma ponte, uma estação de trem, aonde se chega para passar a uma outra vida”.
A morte não existe. “A vida do homem é como o sol das regiões polares durante o estio. Desce devagar, baixa, vai enfraquecendo, parece desaparecer um instante por baixo do horizonte. É o fim na aparência, mas logo depois, torna a elevar-se para novamente descrever a sua órbita imensa no céu”.
A morte não existe. Nada muda por estar fora do alcance da visão.
Foi um prazer conhecê-lo, obrigada pela mensagem enriquecedora que deixou no Arca. Conheci seus espaços e confesso que gostei. Voltarei com mais calma para ler seus textos com a dedicação que merecem. Um grande abraço.

BAR DO BARDO disse...

finiude do/ente

isso já é bastante revelador

sou pela vela também

queimar-se para alumiar o mundo

namastê

Universo Cidade disse...

meu amigo,cê escreve bem demais... gostei gostei! é muita coisa p comentar,as vezes acho que nem devo,escolher a parte q mais me chamou atenção e falar...parece q se desmerece o resto da obra... venho aqui mais vezes!

Laurent disse...

Como você escreve bem! Parabéns, moço! :]

Anônimo disse...

Perfeitos esses poemas. Quando li o primeiro, já fiquei estarrecida, aí vc ainda veio com mais dois, rs =).

Muito bons mesmo.

Beijo!

Hana disse...

Vim visitar e sonhar um pouco hoje eu estava precisando do seu blog.
com carinho Hana

Lou Vilela disse...

O primeiro texto me fez lembrar do poetrix:

Vida...

de per si, um momento.
Vela que se esvai
enquanto chora!


Lou Vilela
Em 10/04/08.

Acredito na continuidade...

Abraços

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

OI, Maria José, muito bom saber... apreciei bastante seus textos... engraçado que os sonetos de hoje tem algo a ver... ;)

Forte abraço e seja bem-vinda!

:)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

E que as velas 'alumiem' sempre - segundo dizem brilham mais intensamente antes de apagar... espero [e sonho] o brilho viva depois desse findar... :)

Forte abraço, Henrique!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Sinta-se à vontade para comentar sempre que queira, Dine... não irá macular em nada, só acrescentar - adoro esse diálogo por cá... como já disse, gostei muito de seu último texto [muita vez há mais poesia em certas prosas... - você é poeta e não sabe, menina...]

Beijão!

;)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Obrigado, Angel... :)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Beijos mil, LarAmaral, confesso há falhas técnicas nos três [sobretudo de métrica e musicalidade de menos em favor da necessidade do tema]... mas o resultado até que ficou bom... ;)

Beijão, menina, seja sempre bem-vinda por cá...

;)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

OI, Hana, fico feliz em meu cantinho ser útil pra 'respirar', 'espairecer', 'fugir da rotina', 'viajar na poesia'... já disse antes aqui outrora que ser poeta não é escrever poesias, não é sequer escrever - ser poeta é enxergar o mundo, as pessoas e tudo em derredor com esse olhar peculiar [sensibilidade pra atentar pra coisas que todos tomam por banal, nesse nosso modo de viver materialista, por ex.]...
Espero o peso da rotina e dos dias te seja mais leve - se meus textos puderem ajudar a aliviar, fico mais feliz ainda...

Forte abraço, Hana!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Lou... então somos dois pela continuidade! :)

Forte abraço!

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Francisco, você viu que você acabou virando vítima mesmo lá na Vítima da Quinta? Sua caricatura ficou ótima.

Esperamos vc por lá.

http://vtmadaquinta.blogspot.com/2010/03/105-laudo-da-vitima.html

Abracos e bom fim de semana

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Forte abraço, Georgia, vou já lá pra ver rs... beijão! ;)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Valeu, Fred, forte abraço!

:)

Ava disse...

Sentada à sombra de uma tamareira, depois de um dia de lidas estafantes, cá estou a beber de tua poesia, como um sedento caminhante do deserto, depois de enfrentar um sol abrasante...

Francisco, sob o efeito inebriante de teus versos, confesso que fica
impossivel expecificar esse ou aquele...

Dizer o quanto escreves bem é óbvio ululante.

Minha admiração por esse domínio absoluto das palavras.

Beijos meus!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Ow, Ava, como dizia há pouco pra Hana, fico feliz [muito feliz mesmo] com o fato desse meu cantinho ser útil pra se 'respirar', 'espairecer', 'fugir da rotina', 'viajar na poesia'... já disse antes aqui [em outras oportunidades] que ser poeta não é escrever poesias, não é sequer escrever - ser poeta é enxergar o mundo, as pessoas e tudo em derredor com esse olhar peculiar [sensibilidade pra atentar pra coisas que todos tomam por banal, nesse nosso modo de viver materialista, por ex]... Assim, muitos dos que aqui comentam talvez sejam mais poetas que eu, que escrevo...
Espero o peso da rotina e dos dias te sejam mais leves - se meus textos puderem ajudar a aliviar, fico mais feliz ainda... [de coração]

Engraçado que perfeccionismo é um troço doido [mais forte que a gente até] - sempre encontramos defeitos naquilo que fazemos... pior se ele [o perfeccionismo] vem acompanhado de auto-consciência dos ditos erros / falhas / defeitos... leio, releio, tento focar os pontos fortes dos três e olhando pros sonetos todos, só consigo me fixar nos erros e ficar chateado com as falhas técnicas [sobretudo de métrica e musicalidade de menos em favor da necessidade do tema, etc]... Se pudesse, tirando os erros que vejo nos três, fazer um só, mas impecável, gostaria mais, confesso... mas tive de desprestigiar a forma neles em prol do que desejava falar [da mensagem]... então assim foi...

Um forte abraço, minha amiga e obrigado por suas palavras...

;)