The Lair of Seth-Hades: O SOPRO
Arte: Meats Meier - http://beinart.org/artists/meats-meier/gallery/meats-meier-2.jpg

Presente do amigo Zorbba Baependi Igreja - artista plástico, poeta e um dos idealizadores da Revista Trimera de Letras e do Projeto Academia Onírica [poesia tarja preta].

LIRA ANTIGA BARDO TRISTE & LIRA NOVA BARDO TARDO

Galera, estou pondo uma conta PagSeguro à disposição, para quem [assumindo o risco por sua própria alma] tenha interesse em adquirir um de meus livros [Lira Antiga Bardo Triste ou Lira Nova Bardo Tardo]. O custo de cada exemplar é de R$ 10,00 + R$ 5,00 de frete. Valeu! :D

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sábado, 6 de março de 2010

O SOPRO



O SOPRO 

                 A Gabriel García Márquez

Cem anos eu passara conjurando
Fios, teias, mil lamentos
Arrefecendo o peito e cambiando
A toda sorte de tormentos

E cem outros tantos permutando
O fio frágil de mementos
Qual se o viver fosse enlutando
Em tais vis pensamentos

Quisera então que transmutando
Fosse em esquecimentos
Pudesse a memória ir embotando
Nestes débeis linimentos

Se uma tal dor fosse eu matando
Se com tais procedimentos 
E um derradeiro laço seu atando 
Ao último dos sofrimentos

Francisco de Sousa Vieira Filho

FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p. 31.


ARTE:  Hallway - Tuomas Korpi - http://www.tuormarskorpi.com

27 comentários:

Denise disse...

tudo sempre tão bordadinho por aqui, moço!!

bjs de toda cor

Wania disse...

Franscisco querido

Sempre bastará um sopro para se desmanchar uma teia...

Liiiiindo!


Bjão pra ti
PS: obrigada pela presença sempre carinhosa no meu cantinho, gosto demais!

Lou Vilela disse...

Francisco,

Saio encantada...

Bjs

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Denise, esse tá bem fechadinho na forma [fôrma] :)

Beijos mil!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Wania, inda tow tentando decifrar a terceira margem [o gostoso é isso, conseguir decodificar tal qual quis dizer o autor]

Que os sopros desmanchem as teias sempre... ;)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

O encanto é recíproco, Lou... beijão!

líria porto disse...

primeiro para agradecer - pôr de sola fica muuuuuuuuito melhor com "pertencimento" - obrigada!

segundo - também tenho um poema para garcía márquez - vou ver se o encontro...

besos

Felina Mulher disse...

Um sopro de felicidade pra vc anjo querido....me sinto feliz qdo visitada por ti...tua presença ilumina meu pequeno espaço.


Um beijão no coração1

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Outro pra ti, Felina... espero as tintas da página em branco voltem a ficar coloridas como de hábito...

Um forte abraço!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Líria, mil perdões, não quis que modificasse, a idéia não era nem sugerir, foi só um comentário que me pareceu sugestivo no contexto do poema [ou pelo menos da forma que interpretei] - aí falei o que me veio à mente [sem muito pensar]... seu poema está lindo tal como está... vir nos seus espaços é como me alimentar de uma liberdade com a qual ainda sonho [cativo que sou da forma, da fôrma] só muito de vez em quando me permito uma fuga... sua poesia é livre, como os ventos que beijam a espuma do mar deste tanto [A]mar... ;)

Beijos mil e espero ansioso poder ver o poema em que homenageou o García Márquez também...

Beijão... ;)

Cássio Amaral disse...

o sol rabisca o vão do átimo.

passando pra conferir tudo por aqui Francisco.

Grande abraço.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Valeu, Cássio... forte abraço!

P.S.: ainda espero encontrar o pote de ouro ao final do arco-íris...

:)

Silvia Masc disse...

Bela homenagem Francisco, vou guardar no coração e dentro de algum dos livros dele que gosto muito.

*Ele ...

-...aos 90 anos, pensava na idade como se pensa numa goteira no teto que indica a quantidade de vida que vai nos restando.
- ... moral é uma questão de tempo.(Rosa Cabarcas)
*"Memórias de Minhas Putas Tristes"

PS: Obrigada pela visita, a intenção era mesmo fazer sorrir.
bj

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Já li alguns, mas o Cem Anos de Solidão e o Memória de Minhas Putas Tristes marcaram... :)

Beijão, Sílvia!

;)

Elzenir Apolinário disse...

A dor é uma lição de vida, ams também podemos, se quisermos, aprender pelo amor. Depende apenas de nós. Gosto deste poema enigmático. Adorei. Bjs

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Elzenir, concordo com você... vejo dor e amor como caminhos - no fim das contas, o que importa é aprender [seja por um ou por outro]... contudo, não posso deixar de também ver: a dor tem produzido arte mais farta e bela... saindo do abstrato, é só vermos o período militar, por ex., houve um fervilhar de arte em meio à adversidade... Peguemos [só a título ilustrativo] a obra de um Chico Buarque antes e depois... é só uma visão, não um dado contundente, mas vejo assim...

Beijão!

:)

Universo Cidade disse...

Quisera então que transmutandoFosse em esquecimentos Pudesse a memória ir embotandoNestes débeis linimentos

lindo cara, eu acho que vou oegar algo no teu blog pra ler num sarau-reuniao-culto a baco e a amizade q vai ter aqui em casa amanha!

Universo Cidade disse...

cara ,tava vendo teu perfil aqui,tu leu "na natureza selvagem" onde conseguiu olivro? So assisti o filme...engraçado que tu comenetou na foto que mais me dá saudades...

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Oi, Ariadne, sinta-se à vontade - pode pegar o que quiser e ler lá [vou me sentir honrado]...

Outra, descobri recentemente que fizeram um filme - putz - li o livro tem uns 10 anos praticamente... era de uma amiga minha [ela também escreve muito], daí ela [num período de férias] se enfurnou no quarto e leu trocentas e tantas obras - dentre eles leu "A Natureza Selvagem" de Jon Krakauer, assim que ela terminou peguei no ato... o personagem se auto-denomina 'Alex Supertramp', larga tudo, vem de família riquíssima e vai descobrir suas verdades na estrada, conhecendo novas pessoas todos os dias, aprendendo com a natureza, etc. O autor do livro foi um repórter, a despeito disso ele tem um tom literário e não tanto documentarístico. Essa minha amiga passou a ler todas as obras que o 'Alex' leu... dentre elas 'Thoureau', sobre a desobediência civil e a vida junto à natureza, etc, etc, etc... clássico e leitura obrigatória - genial meeesssmo!!!! Essa minha amiga cursava medicina na ufpi e hoje faz residência em SP. Tenho um montão de livros em PDF, provável tenha ele também. Vou dar uma fuçada e se ele tiver lá, te repasos... ;)

Beijão, Dine!

:D

Anônimo disse...

Conjurar memórias, lembranças remotas, em algo tão forte como uma teia? É isso que não se desfia em nós, e desafia nosso potencial de não nos entregarmos ao passado.

Lindíssimo, meu caro, vc domina essa arte de palavras, viu?

Beijo.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Perspicácia ímpar... perfeita a leitura, LarAmaraL... penso, não vivemos o presente... nosso corpo age no agora, mas nossa mente está ora no passado [que é sólido como o aço e não podemos mudar] ora no futuro que é névoa e não se concretizará se não trabalharmos no agora... eis a teia em que nos enredamos... ;)

Beijos mil, menina!

:D

Úrsula Avner disse...

Oi Francisco,

seu versejar impressiona... Lindo poema em requintada tessitura. Um abraço e obrigada pelo carinho em meus espaços poéticos.

Ryanny disse...

Que honra para Gabril García Márquez receber tão pelo poema.

Belíssimo.

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Ow, minha linda Bezerra Guimarães, obrigado... mas - acredite - a honra será sempre minha... existe um certo abismo entre um gênio da literatura e um poetinha do Piauí... :) E só posso ser muito grato pelo que disse... Beijão, menina!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Olá, Úrsula, sigo os espaços todos e não por motivo outro... também me impressionam muito os seus versos... outro dia uma amiga disse que "se revirar é o que importa"... a poesia tem que causar:

seja choque,
seja espanto,
Um deleite,
Mesmo encanto...

Beijão!

:)

BAR DO BARDO disse...

Haja encarnações para mil anos...

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

E que venham outros mil mais rs... já disse alguém, alma de poeta não atenta pra detalhes como a finitude... :)

Abraço, Henrique!