segunda-feira, 8 de março de 2010
EXPERIMENTO
EXPERIMENTO
Amar é qual o mar
Que de tanto se dar
Soa meio egoísta
Por vezes não basta - ah, mar,
Inda que sem fim,
Se tudo nele desemboca.
E bem mais que à boca
Não basta ter...
Quer-se abocanhar,
Possuir, estar...
Se quer mergulhar,
Se quer fagocitar,
E também se quer afago,
Onde não dá pra alcançar
[Um sequer...]
E fugir deste lugar incomunicável
De nós
Encarcerados no eu-só...
[E não-tão-facilmente-desatáveis]
Penso, há de haver sempre solidão,
Enquanto a linguagem
Do corpo, do coração, da alma,
Da boca, da voz e do que seja
Não possibilitar transmitir
O pensamento puro...
Melhor, o sentimento puro,
Puro feeling...
Ah, amar,
Nem tanto ao mar
Mas por que tão terra?
Francisco de Sousa Vieira Filho
Marcadores:
amor,
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31 comentários:
Nossa, que pesia mais profunda, como é bom falar de amor, tentar definir este que é em nós, indefinível!
Adoro tua lírica, ler-te me faz bem.Abraço.
Amar a beleza rasa do mar, esta azul-esverdeada que observamos refletir o céu, talvez não seja o suficiente, pois lá para a infinitude azul-marinha, quando aprofundamos bastante nas águas salgadas, percebemos que o que amávamos era quase nada. Há tanta vida, beleza e loucura existente bem lá para dentro do mar, em lugares que nem mesmo chega luz. E ao contemplarmos o mar e seu horizonte distante, já nos perdemos, mal sabendo o tanto que ainda há para conhecer. Por isso o amor: exercício de cavar, ou mergulhar, a cada dia em uma imensidão.
Deu para ver que amei seu poema, né? =) Remeteu-me a muitas coisas mesmo.
Beijo para vc, meu mais novo amigo poeta.
Oi, Ana Paula, tudo bem? Lembrando aqui que não poucos dias atrás me disseram, ao lerem um poema mais 'dark' - "tua poesia me dá medo, um medo bom, porque se revira é bom"... e só pude concordar... a poesia tem que revirar, tem que causar: espanto, deleite, desespero, medo, intelecção ou ainda incompreensão, e tantas outras coisas mais, porque nos faz pensar, nos faz sentir, nos remonta ao que é humano (às possibilidades infindas do humano ou ao humano cultural, o humano nosso de cada dia)...
E se este cá te fez bem, Ana Paula, fico imensamente feliz...
Um forte abraço!
;)
Oi, Lara, pude notar o quanto apreciou... fico feliz... e mais ainda poder te ouvir cá que me tem como seu mais novo amigo... como dizia, afinidades não surgem do nada... 'semelhante atrai semelhante', acredito nisso... e, mais grave, poetisar [gosto sempre de dizer] é meio que reconhecer, sem frustração, nossa incapacidade de comunicarmos certas idéias e sentimentos... e, sobretudo, perceber haja beleza nisto... contudo, bem se compreendem as almas-irmãs, me disse alguém certa vez... ou, quando muito, quando por considerável tempo imergimos no jeito / estilo do outro, meio que passamos a ganhar elementos pra decodificar certas nuances [não falo de objetividade de todo], mas algo da essência, como se divisássemos o invisível, a alma... qualquer que seja a explicação, sinto isto de ti [essa afinidade poético-intelectiva]... compreensão mútua de idéias sob o véu das palavras...
Um forte abraço, minha amiga!
P.S.: este texto em particular constitui um experimento [como o próprio título diz]... uma certa fuga da prisão da forma rs... algo da inspiração que o fez brotar pude nutrir de conversAÇÕES que mantive [através de comentários] em diversos blogs amigos... mas, sobretudo, de conversa que travei com uma menina de além mar neste domingo tedioso... o estranho é que ela escreve de forma belíssima, não aprecia sua escrita como deveria [ou lhe diminui a beleza] e é bem pouco apreciada [aqui o pouco é numérico mesmo]...
Deixo aqui o link para o blog dela, creio que os amantes da arte vão se deliciar:
http://asnailalwaysleavessomethingbehind.blogspot.com/
Com ou sem "fôrma", um presente! ;)
abraços
encontro bom é de dois né?
beijo meu
Obrigado, Lou, beijão!
;)
É isso aí, Denise...
Beijo!
:D
passeia pelo amor
sinta que há solidão
no amor
de veão ,de ocasião
na tarde há muita emoção.
passeia pelo amor
sinta que há solidão
no amor
de verão ,de ocasião
na tarde há muita emoção.
Valeu, Mateus...
Forte abraço!
:)
Falar de amor doce e intensamente.
Não existe a palavra certa, encaixada é só sentir e deixar a imaginação nos levar...
Lindo texto!
Obrigada pela presença constante!
Fique perto
Beijoooooooo
Valeu, Renata, beijão!
;)
Amar, amar, amar... amar é o quê? (Uma pergunta retórica?)
Pode ser... só se aprende a amar amando [inda que sem saber o que seja isto...] rs...
:D
Forte abraço, Henrique!
muito bom o jogo de palavras que tu propões.
parabéns, novamente, pelas construções "versais". rs...
abraço!
Valeu, Í.ta**, seja sempre bem-vindo por cá...
:D
Ah...o amor!
"Que prazer mais egoísta
O de cuidar de um outro ser
Mesmo se dando mais
Do que se tem pra receber"
Cantar, exaltar, falar sobre o amor sempre é muito bom!
p.s: Eu não lembro como coloca as "reações" lá porque o fiz há mais de 2 anos! rsrs!
Mas vou dar uma procurada e te informo quando achar!
Beijos!
Beijão, Dina... Belo quarteto... é seu?
Procurei como se põe as reações em tudo quanto é lugar e nada...
:D
"Fugir deste lugar incomunicável encarcerado em nós = amar" Linguagem experimental - o "sentimento puro". Gostei disso Francisco. Bom mergulhar em poemas assim. :) Abraço!
Obrigado, Nydia... também apreciei a experiência... é uma tentativa, um salvo-conduto... fugir um pouco do excessivo apego à forma...
:D
Beijo, menina!
;)
Pensei um pouquinho e lembrei que aquelas reações faz parte do layout do próprio blog. Depende do modelo que você escolhe.
Na internet tem disponível vários modelos de blogs com essa opção de colocar as reações.
Quanto aos versos...
quem dera se fossem meus!
É da música "Minha flor, meu bebê", do Cazuza!
Muito linda ela!
Beijos
^^
Bom dia, Francisco!
Bonitas e sentidas as palavras feitas versos!
:)))
Oi, Dina, tentei colocar lá, mas existe um 'bug' no HTML que não me permite colocar - pesquisei no google e diziam algumas soluções, mas meio complexas demais rs... vou ver depois...
Bjão, menina!
;)
Oi, Mdsol, por cá já noite quando respondo... fico feliz tenha gostado... boa noite, menina. Forte abraço! ;)
Ah mar....
gostei.
Eu não sei o que é amar.
Mas sei o que é sentir essa necessidade de expressar, de ouvir, de sentir o sentimento do outro. Isso, não sei se é amor. Mas quem sou eu...
Adorei, me fez pensar.
Valeu, Walkyria, é jsuto isso: necessidade... somos seres do encontro e solitários na compreensão e no sentir [que é só seu], impossível de externar como sinta cada qual... e se quer mais, se quer o mar [que é infinito]... o pouco não contém, não convence, não satisfaz... se quer mergulhar no outro...
;)
Obrigada pelas palavras no meu espacinho recém nascido.
Tbm te acompanharei.
: ))
Seja bem-vinda, Renata...
'Um navio estranhou passou pelo mar...' de fato...
;)
Ciumeira! Tomara eu inspirar poetas...
Inspiração sempre vem, mas não se escolhe, somos escolhidos por ela...
:)
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