ARTE: Gimenez
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
SANTO
SANTO
Ao pesar da armadura ele cai, genuflexo,
Sendo tal esta carga que o dorso lhe verga
E se toca o alforje, derradeiro o reflexo,
Pensa só no tesouro que a alma lhe alberga
Despe a casca, dura matter que enverga
Finca a espada, quase parte do plexo
Mãos ao cajado, o caminho não posterga
E à imensidão é que oferece um amplexo
Partido o escudo e sua lâmina fendida
Pra cura de suas dores, não tarda a ida
Do que lhe pulsou n’alma, agudo dardo
Uma fuga dos horrores, tal fora o fardo
E qual extrema-unção, bálsamo à ferida
Penitente é que prossegue em sua lida
Francisco de Sousa Vieira Filho
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2 comentários:
Esse é mártir. Por Deus, ou pelo ouro, mártir...
É por aí rs... mas pensei mais um mártir por si [algo até meio egoístico, sob certa perspectiva]... o que um templário faria, após tanta luta e guerra... ao ver chacina, sangue e luta em vão?! Largar a espada pela vida beata?! Favor do próximo ou de si?! Pra uns deserção, pra ele salvação... :D
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