sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
A DANÇA DO UNIVERSO
A DANÇA DO UNIVERSO
No limiar maior da razão se alcança
A percepção de inaudível melodia
Ao sabor da qual o universo dança
Desde aquele seu primeiro dia
Da mítica figura divina hindu
Delineia-se, então, o corpo nu
Na silhueta metafórica de Shiva
A intuição de toda estrutura viva
E nesse ensejo da Razão que luzia
Brota no entrechoque de átomos
A semente da mais intensa harmonia
Relembram-nos, assim, o que fomos
As mãos de Deus, em tão bela melodia
Imersas, a escrever primeiros tomos
Francisco de Sousa Vieira Filho
FONTE: VIEIRA FILHO, Francisco de Sousa. Lira Antiga Bardo Triste. Teresina - PI: Gráfica e Editoria O Dia, 2009. v. 500. p. 21.
ARTE: Luke Brown - Mantis Dakini
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12 comentários:
fico sem palavras quando me deparo com o que li por aqui
é como num sonho onde lhe falta o sonho!
talvez não exista nem um Deus em formas tão terrenas, tão pequenas
talvez não haja formas suficientes
para expressar o que viria ser Deus
talvez seja Deus um ensejo
ou
talvez seja deus um desejo
Shiva representa a "destruição", a "desconstrução", por isso sou levado a entender que o mundo em sua evolução está sendo desconstruído - e o que o escritor faz é também a arquitetura do caos (ou algo parecido, que incopore ruínas - a arte contemporânea é mestra em desmontagem). Nunca havia pensado assim, mas é uma...
Abraço!
Pensando no seu Haicai, vejo aqui, algo como um belo amanhecer, cheio de sol e cores.
E por isso te dou BOM DIA!
beijinho
Hoje no Longevidade, tem poesia.
↓
eu UNI
tu UNISTE
ELE UNIUversos!
Mais um sonetista "clássico".
Muito bom FRANSchico!
Abraços!
P.S.: Tu me segues eu te sigo...
Oi, Mateus, tudo bem?
É possível também talvez nós sejamos um ensejo ou um desejo de Deus... :)
Forte abraço e seja sempre bem-vindo!
É bem por aí, Henrique, não se constrói sem antes destruir para algo firmar em seu lugar... Laplace já diria: 'na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma'... Destruir é talvez só um nome específico pra outra forma de "transformar"... é qual um bailar, uma música - há cientistas que dizem hoje poder registrar o som das esferas, o som do impacto do big-bang... o mesmo Shiva que destruiu o mundo, assim o fez para que fosse refeito (reconstruído), remodelado naquilo que nele havia de errado, imperfeito... tudo o que morre renasce... a semente morre pra nascer a planta... e o sol morre [ao se pôr] para todos os dias renascer... ;)
Oi, Silvia, chegando cá já bem mais tarde, então boa noite! Sempre penso que a arte possa ser alimento pra alma e pro coração... já disseram as escrituras 'nem só de pão vive o homem'... mas, vou na sua, que seja luz também! Tow indo lá no Longevidade espiar... bjaum!
Oi, tonhOliveira, seja bem-vindo e sinta-se em casa...
eu UNI
tu UNISTE
ELE UNIUversos!
Francisco,
Bem colocado. Penso nessa estrutura viva tal qual proposta na mítica imagem da Rede de Indra.
Um abraço.
Mais preciso impossível, Marcelo... confesso não haver pensado de todo assim, quando redigi, mas poesia é isso - provém da gente e ao mundo pertence... mais uma vez, seja bem-vindo por cá... ;)
Amei essa sua postagem maravilhosa de Shiva,estou aprendendo cada vez mais.Bjs.Zen.
Valeu, Zen, sabia que deste aqui iria gostar... ;)
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